São Paulo e Sudeste perdem participação no PIB brasileiro

Maior parque industrial do país, São Paulo ainda concentra quase um terço da riqueza nacional. Mas, assim como acontece com o Sudeste de forma geral, o estado vem perdendo participação no Produto Interno Bruto (PIB). Dados divulgados pelo IBGE nesta quinta (19) revelam que, entre 2010 e 2013, a fatia de São Paulo no PIB brasileiro caiu 1,2 ponto percentual.

indústria

O estado passou de 33,3% para 32,1% do PIB, enquanto a região Sudeste foi de 56,1% para 55,3%. De acordo com o IBGE, a queda ao longo dos anos é reflexo da perda de importância da indústria na economia brasileira e do próprio estado.

Segundo o relatório Contas Regionais, o Sul foi a área que mais cresceu em participação, de 16% para 16,5%. O Nordeste passou de 13,5% para 13,6%, e o Norte, de 5,3% para 5,5%, enquanto a região Centro-Oeste permaneceu em 9,1%.

Apesar da discreta queda na concentração da riqueza no Sudeste e em São Paulo, ainda há um longo caminho a percorrer. Apenas cinco estados representavam dois terços da economia nacional em 2013. Somados, São Paulo (32,1%), Rio de Janeiro (11,8%), Minas Gerais (9,2%), Paraná (6,3%) e Rio Grande do Sul (6,2%) concentravam 65,6% do PIB brasileiro. Acre, Amapá e Roraima tiveram as menores taxas (0,2%).

Em valores, o PIB de São Paulo somou R$ 1,71 trilhão, seguido pelo Rio (R$ 626,32 bilhões) e por Minas (R$ 486,96 bilhões). O do Paraná foi a R$ 332,84 bilhões, superando o Rio Grande do Sul (R$ 331,10 bilhões) pela primeira vez na série histórica do IBGE, iniciada em 1995.

Crescimento

Os dados apontaram ainda que o Brasil cresceu 9,1% de 2010 a 2013. Dezoito estados cresceram acima da média nacional. A unidade da federação com maior alta acumulada foi o Mato Grosso, com 21,9%, seguido do Amapá (18,3%) e do Amazonas (17,3%). A participação de Mato Grosso no PIB, contudo, é de 1,7%.

Todos os estados do Sudeste tiveram crescimento abaixo da média nacional, com o Rio de Janeiro registrando o pior resultado nesse período (5,7%).

Com 7,4% acumulados, a região Sudeste foi a única com crescimento abaixo da média nacional de 2010 a 2013. O Norte e o Centro-Oeste tiveram uma expansão de 13,6% cada, enquanto Nordeste e Sul apresentaram taxas bastante próximas: 10,3% e 10,1%, respectivamente.

Apenas em 2013, quando o PIB brasileiro cresceu 3%, 13 estados ficaram acima da média nacional, com destaque para o Rio Grande do Sul (8,2%), com influência do desempenho positivo da agricultura. O pior resultado foi do Espírito Santo, praticamente estável (0,1%).

O consumo das famílias foi responsável por 60,2% do PIB em 2013. A indústria teve sua menor participação (24,9%), enquanto serviços e comércio tiveram recordes positivos (69,8% e 13,5%, respectivamente). A agropecuária também cresceu de 4,8% para 5,3%.

O PIB per capita brasileiro em 2013 foi de R$ 26.445,72 contra R$ 24.779,53 em 2012. O maior PIB per capita continua sendo o do Distrito Federal, R$ 62.859,43 em 2013, representando cerca de 2,4 vezes o PIB per capita do Brasil.

Os menores PIBs per capita são os do Maranhão (R$ 9.948,47) e Piauí (R$ 9.811,04), estados que, no entanto, vêm diminuindo as distâncias em relação ao PIB per capita brasileiro.