Ministro descarta risco de apagão no país

O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, descartou, nesta nesta quinta-feira (29) a possibilidade de o Brasil passar por um apagão, como aconteceu em 2001, durante a gestão do tucano Fernando Henrique Cardoso.  Segundo Braga, “o risco de racionamento de energia elétrica no Brasil [hoje] é zero”, mesmo na Região Nordeste, mais castigada pela seca.

O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga

Ao participar de uma audiência pública na Comissão Mista de Mudanças Climáticas, Braga argumentou que os investimentos do governo em termelétricas e em energia eólica reduziram o risco de racionamento, que hoje, avaliou, é zero. "No entanto, nós já estamos assistindo novamente àqueles que começam a pregar que nós vamos ter racionamento, que vamos ter que cortar carga, que nós vamos ter que deixar o povo brasileiro sem energia”, afirmou.

Ele defendeu a aprovação da PEC das Obras Estruturantes. A proposta, que faz parte da Agenda Brasil, estabelece o processo de fast-track para acelerar o licenciamento ambiental de obras estruturantes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e dos programas de concessão. Por meio desse processo, os órgãos responsáveis terão prazo máximo de seis meses para emissão de licenças para obras estratégicas.

“Hoje para autorizar e licenciar um quilômetro de linhas de transmissão precisamos de 27 licenças”, expôs o ministro, acrescentando que, pela proposta em discussão no Congresso, caso as licenças não sejam concedidas no prazo, a União fica autorizada a licenciar a obra.

Energia renovável

O ministro destacou que o Brasil é o único país do mundo com 75% da sua fonte de energia renovável. De acordo com Eduardo Braga, os Estados Unidos não possuem nem 3% da sua fonte de energia renovável. Ele considera isso muito positivo para o país. “Até 2030 iremos dobrar o mercado de energia elétrica. Em 2014, somente o Brasil foi responsável pela produção de 60% de toda energia elétrica da América do Sul”.

O governo está investindo muito em energia eólica, especialmente no Nordeste setentrional, onde os ventos são propícios para a geração desse tipo de energia, observou Braga. Os investimentos nesse tipo de energia já teriam gerados no país mais de 50 mil empregos

Agressão de Caiado

Em meio ao clima de "faroeste" que se instalou no Congresso nos últimos dias, o ministro foi alvo de agressões por parte do senador Ronaldo Caiado (DEM), nesta quinta. Caiado reclamou que Braga não estaria prestando atenção à sua pergunta, sobre a desestatização da Companhia Energética de Goiás (Celg). Braga disse que estava, sim, mas argumentou que o tema da audiência pública era “mudanças climáticas”.

Caiado se pôs de pé em frente ao ministro e passou a chamá-lo de “bandido e safado”. “O senhor é um desequilibrado. Bandido e safado é Vossa Excelência, respeite o decoro parlamentar”, respondeu Braga.

Caiado deixou a comissão após a interferência dos colegas, que criticaram a postura dele. “Não houve da parte do senador Eduardo Braga nenhuma provocação ao senador Ronaldo Caiado para que ele tivesse essa reação despropositada que só vem denegrir o Congresso Nacional”, afirmou o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN).

Braga disse ter sido vítima de “agressão gratuita” e prometeu tomar providencias no âmbito jurídico. Já o presidente da Comissão, senador Fernando Bezerra (PSB-PE), se comprometeu a levar o assunto à Mesa Diretora do Senado.