Terremoto expõe dificuldade de resgate no Afeganistão e Paquistão

O terremoto de 7,8 graus na escala Richter que atingiu o nordeste do Afeganistão nesta última segunda-feira (26) já deixou pelo menos 363 mortos e 1.665 feridos. O sismo destruiu ao menos 4.392 casas no Afeganistão e no Paquistão, de acordo com a imprensa local dos dois países. Milhares de habitantes dormiram ao ar livre com medo de novos terremotos.

Exército do Paquistão auxilia resgate com helicópteros

O chefe de governo do Afeganistão, Abdullah Abdullah, disse que o terremoto foi o mais forte que o país vivenciou nas últimas décadas e que ele já organizou uma conferência de emergência para avaliar as perdas humanas causadas pelo desastre.

O premiê paquistanês, Mian Muhammad Nawaz Sharif, criou uma equipe de emergência e pediu aos departamentos competentes que se esforcem ao máximo durante os resgates. Ele convocou uma reunião de alto nível na terça-feira (27) para discutir as medidas de resgate.

O porta-voz do exército do Paquistão, Asim Saleem Bajwa, afirmou que os militares já enviaram helicópteros com barracas, cobertores e alimentos às regiões afetadas no noroeste e norte do país, e que médicos já foram enviados para os locais.

Segundo analistas, os trabalhos de resgate nos dois países enfrentam desafios. O terremoto aconteceu na região montanhosa de Hindu Kush, na fronteira entre Paquistão e Afeganistão. Algumas regiões afetadas pelo desastre são remotas, não contam com abastecimento de água e eletricidade e as estradas foram varridas pelos deslizamentos de terra causados pelo terremoto. O corte nas comunicações nestas regiões também torna mais difícil os trabalhos de resgate.

Além disso, as regiões mais afetadas nos dois países são áreas sob influência do Talibã e do Estado Islâmico. Os ataques terroristas frequentes e a falta de segurança são ameaças para as equipes de resgate.