Eleições na Argentina: a direita disputa o voto útil

Às vésperas das eleições presidenciais, o principal candidato da direita argentina, Maurício Macri, da frente Cambiemos, continua defendendo o “voto útil” para se distanciar definitivamente de Sérgio Massa, terceiro colocado nas pesquisas eleitorais, que também defende propostas completamente opostas ao “kirchnerismo”.

Maurício Macri em campanha - Divulgação / Campanha

Como o candidato apoiado pro Cristina Kirchner, Daniel Scioli, continua à frente nas pesquisas eleitorais, Macri busca se distanciar das denúncias contra sua gestão como mandatário da cidade de Buenos Aires e deixar claro que sua plataforma é a “verdadeira mudança”, com relação ao governo Kirchner. Desta forma ele não ataca seu adversário de direita, Massa, para o caso de o pleito ser levado ao segundo turno, poder contar com este apoio.

Ao contrário de Scioli que tem feito campanha em toda a Argentina, Macri busca se concentrar em sua “região eleitoral”, ou seja, Buenos Aires e as áreas metropolitanas. Durante as eleições Primárias Abertas Simultâneas e Obrigatórias (Paso), realizadas em agosto, o candidato se dividiu com sua vice, Gabriela Michetti, para atingir o máximo de regiões possível, mas agora a assessoria de campanha julgou melhor os dois estarem juntos em todos os atos políticos, portanto a concentração será nas regiões de maior peso eleitoral para a direita.

O último dia para os candidatos cumprirem agenda de campanha é esta quinta-feira (22); as eleições acontecem no domingo (25). Macri escolheu “começar o encerramento de campanha”, como falam na Argentina, pela cidade de Buenos Aires, onde a população tem sido mais inclinada ao “macrismo” nos últimos dez anos. No entanto, o grande ato final será realizado em Córdoba, onde a equipe afirma que é possível disputar votos do “kirchnerismo” e de Massa.

Um dos principais coordenadores da campanha de Macri, Emilio Monzón, afirmou que a equipe está “colocando muito ênfase em Córdoba” porque “fora da capital, é outro distrito onde Maurício supera amplamente Scioli”.