“A resposta do capitalismo é o desemprego”, afirma Adilson Araújo

Aconteceu nesta quinta e sexta-feira (1º e 2), na capital paulista, o Simpósio Internacional da Federação Sindical Mundial, para comemorar os 70 anos da entidade. O evento foi encerrado no sábado (3) com um grande ato anti-imperialista. Mais de 300 lideranças de 41 países participaram das atividades que debateram o panorama atual do movimento sindical mundial e os desafios da classe trabalhadora em meio à crise do capitalismo.

Adilson Araújo no simpósio da FSM - CTB

O presidente da CTB (entidade responsável pela realização do evento), Adilson Araújo, falou sobre o papel da classe trabalhadora na resistência à ofensiva imperialista que atinge atualmente os povos do mundo. “A resposta dos capitalistas e do capitalismo à crise é o aumento brutal do desemprego em todo o mundo, o arrocho dos salários, o corte de direitos e benefícios trabalhistas e previdenciários conquistados com muita luta, o desmantelamento do chamado Estado de Bem-Estar Social na Europa, as guerras fomentadas pelas potências capitalistas, a perspectiva da barbárie e do neofascismo”.

Segundo Adilson, a CTB decidiu se filiar à FSM em 2007, porque a entidade mundial contrapõe o sindicalismo orientado por concepções reformistas que “aposta na conciliação com o imperialismo e na colaboração de classes”. Ao contrário disso, a entidade brasileira trava a luta de classes em defesa dos direitos dos trabalhadores.


Adilson Araújo, presidente da CTB e George Mavrikos, presidente da FSM


Outro princípio da FSM destacado por Adilson durante o simpósio foi o fomento à unidade dos trabalhadores e o internacionalismo proletário que busca fortalecer a luta anti-imperialista em todo o mundo. Para o dirigente, a classe trabalhadora vive um cenário histórico hostil e precisa dar uma resposta “clara e contundente”.

“São muitos os desafios que se colocam à nossa luta. Hoje, provavelmente mais do que em qualquer outro momento da história, faz-se necessária a presença ativa e forte do sindicalismo classista e da nossa querida FSM na linha de frente da luta de classes. Vivemos um momento singular, desafiador, marcado pelo aguçamento da crise mundial do capitalismo e pela ofensiva das forças neoliberais e do imperialismo nos quatro cantos do planeta”, destacou Adilson.

Para o dirigente, a direção da classe trabalhadora neste momento de crise deve ser a luta “intransigente e sem tréguas” em defesa do bem-estar social, dos direitos trabalhistas e previdenciários, do emprego, salários saúde, educação e serviços públicos de qualidade, além de mais investimentos do Estado.

No entanto, o sindicalista alerta que a luta por mais direitos deve ser travada sem nunca perder de vista seu objetivo final que é a conquista do socialismo. “A longa e crônica crise do capitalismo internacional, que completa em dezembro oito anos, sugere que não cabem soluções intermediárias para os dilemas que afligem a humanidade neste dramático momento da nossa história”, explicou.

A crise dos imigrantes e refugiados na Europa, o alto índice de desemprego e o distanciamento entre as classes sociais, para o sindicalista, são evidências da derrocada do capitalismo e desta ordem imperialista hegemonizada pelos Estados Unidos que “se esgotou e agoniza a olhos vistos”.

“Temos a verdade por companheira e a convicção inabalável de que o capitalismo em crise não tem futuro (…). Lutemos, pois, ainda com mais fé e com mais força, por uma nova ordem mundial, democrática e pacífica, e pelo socialismo. Assim estaremos honrando os 70 anos de luta da FSM”, finalizou o dirigente.

Ato anti-imperialista

O ato anti-imperialista, que encerrou o simpósio internacional, no sábado (3), foi realizado no Paço das Artes e no Vale do Anhangabaú, na capital paulista, e contou com a presença de dirigentes de movimentos sociais e entidades, entre eles a UNE, UBM e Cebrapaz, além de shows gratuitos.

As mulheres representantes dos movimentos sindical e social lançaram a Carta de São Paulo. O texto é um manifesto anti-imperialista em defesa das forças democráticas e da autodeterminação dos povos, que alça o movimento sindical brasileiro à linha de frente da luta mundial contra a barbárie capitalista.

Em seguida, a programação cultural gratuita atraiu o público paulistano, que pôde apreciar o show da cantora Fabiana Cozza. Ela mostrou esperança na luta dos povos do mundo contra a crise do capitalismo e afirmou: “somos maiores do que qualquer crise e o Brasil tem que resolver seus problemas, mas se mantendo no rumo da democracia”.

Veja a galeria de fotos do ato anti-imperialista: 


Ato Anti-imperialista da FSM