Ato em Fortaleza reúne movimentos sociais em defesa da Petrobras

Centenas de pessoas participaram, neste sábado (03/10), em Fortaleza, do Dia Nacional de Mobilização, em defesa da Democracia, da Petrobras e contra a política de ajuste fiscal. A manifestação que ocupou as ruas do centro da capital cearense somou-se aos atos realizados em todo o país.

Jovens, estudantes, representantes de partidos políticos, membros de centrais sindicais e de diversas frentes dos movimentos sociais se uniram mais uma vez na manifestação para defender o Brasil e gritar “Não ao Golpe”.

Ao ver a concentração que saiu da Praça da Lagoinha em direção à Praça do Ferreira, a comerciária Janaína Rodrigues enalteceu a iniciativa. “Se toda a população se engajasse mesmo nessas manifestações, os políticos iam ver que com o povo não se brinca”. A dona de casa Josefa Andrade também elogiou o ato. “Temos que defender nossos direitos”.

Protagonista das principais manifestações populares do país nas últimas décadas, a juventude também esteve presente neste sábado. Com gritos de “sou estudante, cara pintada, a Petrobras não vai ser privatizada”, representantes da União da Juventude Socialista (UJS), da União Nacional dos Estudantes (UNE) e de outras entidades, somaram-se aos movimentos sociais para defender a bandeira da democracia e da Petrobras.

“Hoje é o dia de a gente defender a nossa maior empresa estatal, com o objetivo de, com ela, defender também o avanço das conquistas sociais dos últimos anos e a Petrobras é um símbolo deste processo de desenvolvimento. Estamos aqui mostrando que os movimentos sociais não vão se entregar. Estamos reunidos nas ruas dizendo que temos uma pauta para o país, propostas para as crises política e econômica, e isso perpassa pela defesa da Petrobras e da soberania nacional. A UNE defende a garantia dos recursos do pré-sal para a Educação, por isso dizemos, com coerência e unidade com os movimentos sociais, que reivindicamos avanços e lutamos para barrar a onda conservadora da direita e o golpismo”, ratifica Germana Amaral, presidente estadual da UNE no Ceará.

Assim como os estudantes, os trabalhadores também ocuparam as ruas para garantir seus direitos. “Esta é uma luta constante, que vem desde a década de 1940: a defesa do petróleo e da Petrobras. Eles representam o passaporte da nação brasileira para sua autonomia, liberdade e independência. Defender a Petrobras é defender a democracia e a soberania nacional e esta também é uma bandeira da classe trabalhadora”, confirma Luciano Simplício, presidente Estadual da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil no Ceará (CTB-CE).

Nagyla Drumond, secretária estadual de Movimentos Sociais do PCdoB-CE, destacou a mobilização da militância comunista e das diversas frentes dos movimentos sociais em defesa do Brasil nesta quadra política “turbulenta”. “Entendemos que é com o povo nas ruas que os blocos conservadores golpistas podem recuar. A manifestação de hoje dá continuidade a uma série de manifestações populares que vêm sendo feitas nos últimos meses. A necessidade é de hoje, no dia do aniversário da maior empresa estatal brasileira, patrimônio do povo brasileiro, nós, alinhados ao projeto de desenvolvimento do país, ocupemos as ruas para reafirmar que a Petrobras é do povo brasileiro e que precisamos estar cada vez mais unificados em torno dessas bandeiras: nossas riquezas, nossa soberania e pela democracia. Nunca fez tanto sentido sairmos às ruas, com esta pluralidade de apoio popular, para defender que o petróleo é nosso”.

Carlos Augusto Diógenes (Patinhas), membro do Comitê Central do PCdoB, destacou o papel importante que as manifestações têm representado. O ex-presidente estadual do Partido no Ceará comentou a recente vitória do governo que, na última sexta-feira (02/10) anunciou a nova equipe ministerial. “Com este ato, Dilma conseguiu recompor a base de apoio. Temos votações importantes pela frente, como a discussões dos vetos e da CPMF. Associado a isso, a presidenta conta com as manifestações em apoio ao seu governo, a favor da democracia e contra as tentativas de golpe. Ainda vivemos um momento delicado, instável e imprevisível no país. Podemos dizer que estamos em momento importante, por isso essas manifestações em todo o Brasil demonstram uma inflexão a favor da democracia”.

De Fortaleza,
Carolina Campos (Fotos: Regiane Oliveira)