Investigação sobre mexicanos desaparecidos é apresentada em Cuba

O caso dos 43 estudantes desaparecidos no México em setembro do ano passado foi analisado nesta quinta-feira (24), em Cuba, durante o 9º Simpósio Internacional de Técnicas Criminalísticas Tecnigrin. O estudo, feito pelo ponto de vista criminológico, constatou que a perseguição aos jovens foi friamente calculada.

Estudantes desaparecidos no México - Reprodução

O tema foi apresentado no Centro de Convenções de Havana pelo tenente Edgar Eliazar e pela criminologista Maria Alvarado, ambos são membros de uma equipe de investigação independente do México.

As investigações dos especialistas apontam que houve uma perseguição calculada por parte das autoridades locais, de acordo com uma prova que evidenciou a existência de comunicação radiofônica entre o então prefeito da cidade de Iguala, José Luis Abarca, e os pontos onde aconteceram os crimes.

As pesquisas indicam que os estudantes foram observados durante quatro horas antes do ataque, isto é considerado um “golpe de terror”, que garante a operabilidade das organizações criminais. No entanto, a investigação não chegou a uma conclusão sobre os motivos que fizeram estes 43 estudantes, especificamente, serem os escolhidos.

De acordo com o tenente, as investigações tem sido feitas principalmente com base em depoimentos de testemunhas oculares, levando em consideração que desde o início várias evidências físicas foram alteradas ou ocultadas.

A investigação leva María Alvarado a acreditar que tanto autoridades locais como estaduais e federais, além de militares, estão envolvidas no caso.