Syriza vence eleição e retorna ao poder na Grécia

Com cerca de 35% dos votos, o Syriza foi o vencedor das eleições legislativas disputadas no domingo (20) na Grécia. A vitória foi saudada por partidos políticos e governos de vários países.

Alexis Tsipras

O Die Linke (A Esquerda), da Alemanha, saudou a vitória como uma demonstração de que os gregos repudiam as políticas econômicas da União Europeia e, em particular, da chanceler alemã Angela Merkel e seu ministro das Finanças, Wolfgang Schöble.

O presidente do partido, Bernd Riexinger, disse que a vitória do Syriza é um triunfo contra as elites da União Europeia, enquanto o chefe da bancada no Bundestag, o parlamento alemão, afirmava que a vitória de Alexis Tsipras era uma resposta clara à política europeia dos dirigentes alemães.

Na Espanha, o coordenador federal da Esquerda Unida, Cayo Lara, destacou que a vitória de Tsipras abre espaço para repudiar as políticas neoliberais na União Europeia. Pablo Iglesias, líder do Podemos – um dos partidos espanhois que apoiou o Syriza – considerou que os gregos disseram bem claro a quem desejam como primeiro-ministro.

Embora a eleição ainda esteja em apuração, o Syriza conseguiu eleger 145 deputados, a apenas seis da maioria absoluta. Tsipras celebrou a vitória pelo Twitter afirmando que “diante de nós se abre o caminho da luta e do trabalho”.

O governo da Venezuela também saudou a vitória de Tsipras. Por meio de sua conta no Twitter, a chanceler do país, Delcy Rodríguez, enviou ao partido e ao povo gregos as felicitações do presidente venezuelano Nicolás Maduro. A chanceler ratificou a vontade do Executivo bolivariano de empreender projetos com a Grécia e ampliar a cooperação.

Outro a enviar felicitações foi o presidente da Federação Russa, Vladimir Putin. Em um telegrama oficial do Kremlin, ele exprimiu a esperança de “prosseguir um diálogo construtivo e uma colaboração ativa” com Atenas.

O partido que concorria com o Syriza nas eleições, a Nova Democracia, obteve uma derrota considerada por seus líderes como “inesperada”, já que em várias pesquisas de opinião estava à frente do rival. O partido de Vangelis Meimarakis obteve 75 assentos no parlamento.

O terceiro na votação foi o Aurora Dourada, de cunho fascista. Apesar de ter todos os seus dirigentes presos e processados pela justiça, o partido obteve 19 assentos no parlamento.

Outras cinco formações superaram a cláusula de barreira, de 3%, e mantiveram deputados, como o Partido Comunista (KKE), que repetiu a porcentagem de votos de janeiro e também o número de deputados, e o nacionalista Gregos Independentes, que formará o governo com o Syriza.

Não fosse pelas divergências partidárias, a esquerda poderia formar um governo de ampla maioria, já que obteve mais de 151 assentos no parlamento, considerando-se a votação do Syriza, do social-democrata Pasok e do KKE.