Gravidade e bombeamento: Entenda como funciona a transposição

Criado no governo Lula para solucionar o histórico problema do sertanejo no combate à seca, com a obra de integração do rio, mais de 12 milhões de pessoas serão beneficiadas em 390 municípios de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. Hoje,  O rio São Francisco responde por 70% de toda a oferta de água do Nordeste. A região possui 28% da população do país e apenas 3% da disponibilidade de água. 

Estação de bombeamento em Cabrobó da transposição do Rio São Francisco

Maior obra de infraestrutura para abastecimento de água da história do Brasil, a integração do “Velho Chico” conta com orçamento de R$ 8,2 bilhões e cerca de 10 mil trabalhadores envolvidos.

A obra de transposição é dividida em dois eixos: o Norte, que vai do município de Cabrobó (PE) até Cajazeiras (PB) e tem 260 km de extensão, e o Leste, que vai de Floresta (PE) até Monteiro (PB) e tem 217 km.

Os moradores de Cabrobó acompanham de perto as obras da transposição do Rio São Francisco. A ponte da estrada BR-428 – que passa sobre o canal – se tornou ponto de visitação. Do alto, todos veem as dimensões do eixo norte que começa na divisa com a Bahia, atravessa Pernambuco, alcança o Ceará, Paraíba e leva água até o Rio Grande do Norte.

Em entrevista à Mais News, a população afirma que a transposição trará benefícios ao desenvolvimento da região e também serve como resposta aos que não acreditavam no projeto.

No Eixo Norte, a primeira fase das obras da Meta 1, que conta com a primeira estação de bombeamento (EBI-1), foi entregue no dia 21 de agosto de 2015. Confira imagens aqui. Já no Eixo Leste, a primeira estação de bombeamento (EBV-1) foi entregue no ano passado. A previsão é de que seja entregue a EBV-2 em 15 de outubro deste ano.

A água percorre o trajeto de duas formas: por gravidade ou com a força de estações de bombeamento. No caso da gravidade, a água do rio vai descendo suavemente pelos canais (o canal da obra tem uma declive de 3°). Caso o terreno seja muito elevado, túneis farão com que a água passe pelo subterrâneo. Caso o terreno seja muito baixo, há duas possibilidades: construir aquedutos ou se utilizar de estações de bombeamento. Confira o vídeo produzido pela EBC aqui.

Nelas, a água é elevada e volta aos canais. Lá, continua a descer por gravidade. Para descer sempre no mesmo ritmo, a água passa por aquedutos e túneis subterrâneos. No meio do caminho, saídas de água vão abastecer diretamente 390 comunidades vizinhas à obra. A água que continua pelos canais vai para reservatórios. Em alguns casos, será usada também para gerar energia elétrica. Dos reservatórios, a água deve chegar até as cidades por meio de planos de saneamento básico.

Depois de todo esse processo, enfim, chega às torneiras das casas e à agricultura.

A presidenta Dilma Rousseff entregou em agosto,  a primeira Estação de Bombeamento (EBI-1) do Eixo Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF). A estrutura levará a água por 45,9 quilômetros até o reservatório de Terra Nova, localizado em Cabrobó (PE). Com isso, a integração do São Francisco chega a 77,8% das obras concluídas. O investimento nesse trecho é de R$ 625 milhões.