Romênia: socialismo e ex-líder comunista teriam mais de 66% dos votos

O ex-presidente da Romênia, Nicolai Ceausescu, assassinado pelos golpistas romenos em 1989, seria eleito atualmente pela população do país com mais de dois terços dos votos. Superaria o atual premiê, Victor Ponta (31%), e o chefe de Estado, Klaus Iohannis (10%), de acordo com pesquisa feita pelo Instituto Romeno de Avaliação e Estratégia (Ires).

Pobreza na Romênia

Outra característica abordada pela pesquisa é a falência do capitalismo no país. Quase 70% dos romenos afirmam que se vivia melhor durante a época em que o país era socialista, ao mesmo tempo que 35% afirmam que sua situação seria muito melhor se o sistema socialista ainda existisse na Europa Oriental.

Sobre a sociedade romena socialista e a atual, os cidadãos dizem sentir falta do emprego (23%), do "viver bem" (14%) e da ausência da criminalidade (9%). Mais de 70% dos romenos afirmam que o país ruma para a catástrofe social e econômica, enquanto apenas 23% acreditam que o país "vai melhorar".

Uma pesquisa semelhante elaborada em 2010 indicava que 41% dos eleitores votariam em Ceausescu para presidente.

A pesquisa foi feita entre 3 e 6 de abril e foram entrevistadas 1.349 pessoas em todo o país, com uma margem de erro de 3%.

Moradores de Bucareste, em um bairro afastado do centro

Ceausescu foi fuzilado por golpistas em 1989, na esteira de um golpe que depôs o governo, em nome de uma "democracia" que atirou o país em uma situação de extrema pobreza. A Romênia é a segunda nação mais pobre da Europa, em seguida à Bulgária, e um dos mais atingidos pela crise econômica.

Nos últimos quatro anos, os romenos foram golpeados por um devastador plano econômico que cortou despesas públicas sociais – saúde e educação -, aumentou impostos, cortou salários e aposentadorias. Tudo para obter um novo empréstimo de 4 bilhões de euros do FMI, o que aumentou ainda mais o descontentamento social.