Trabalhadores e GM entram em acordo e demissões são canceladas

Mais de 4 mil metalúrgicos aprovaram, em assembleia nesta segunda-feira (24), a proposta de acordo que leva ao cancelamento das 798 demissões pretendidas pela General Motors em São José dos Campos. Com a aprovação unânime, os trabalhadores colocam fim a uma greve histórica, que durou 12 dias e é uma das maiores ocorridas na fábrica nos últimos 20 anos.

Metalúrgicos da GM - Tanda Melo

O acordo foi discutido em audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho – 15ª Região, em Campinas, na última sexta-feira (21) entre Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e General Motors.

Ficou definido que todos os trabalhadores que haviam sido demitidos estão em licença remunerada (retroativa ao dia 10). Esses mesmos trabalhadores entrarão em lay-off em setembro, por um período de cinco meses. A data exata de início e término do lay-off ainda não está definida.

Na assembleia os metalúrgicos também aprovaram o chamado a todas as centrais sindicais para uma luta unificada em defesa do emprego, especialmente nas montadoras, que têm realizado demissões em massa em todo país. É o caso, por exemplo, da Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo, da Volkswagen em Taubaté e da própria General Motors em São Caetano do Sul.

Em São José dos Campos, a GM havia demitido 798 trabalhadores, por telegrama, no dia 8 de agosto, o que levou à deflagração da greve no dia 10.

“Esta luta contra as demissões começou antes mesmo da greve. Começou há 16 dias, quando os companheiros que receberam o telegrama de demissão foram ao Sindicato e decidiram que lutariam até o final em defesa do emprego. Esses trabalhadores e suas famílias deram exemplo de luta. Permaneceram durante todos esses dias a postos nos portões da fábrica, participaram da passeata e não baixaram a guarda. Esta foi uma luta vitoriosa, que vai se espalhar por todas as outras montadoras do país”, disse o presidente do Sindicato, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá.

Durante a greve, familiares dos metalúrgicos que haviam sido demitidos participaram ativamente da mobilização. No dia 12, mulheres e crianças subiram no caminhão de som do Sindicato e usaram o microfone para pedir que a GM desistisse das demissões.

A paralisação na montadora recebeu o apoio de diversas entidades internacionais, como dos Estados Unidos, Colômbia, França, Espanha, México, Itália, Palestina, Peru e Alemanha.