Milhares protagonizam Ato pela Defesa da Democracia em Natal

 

20 de agosto Natal
Uma multidão protagonizou o Ato em Defesa da Democracia e contra o golpe em Natal. Mais de 5 mil pessoas participaram nesta quinta, 20 de agosto, da manifestação em defesa das liberdades democráticas convocada pela Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Central Única dos Trabalhadores (CUT), movimentos sindicais e sociais e partidos progressistas. O evento teve concentração em frente à FIERN e seguiu em passeata pela Avenida Salgado Filho até o IFRN, onde foi realizado um Ato Público.

Durante todo trajeto, as palavras de ordem deram o tom à manifestação e reforçaram a luta em defesa da Democracia, da Petrobras e dos Direitos dos Trabalhadores. A presença de lideranças dos movimentos sociais, sindicais, dos trabalhadores, professores, cultura, mulheres e juventude emprestaram às manifestações nas ruas em grandes ações junto à população a marca da rica e diversificada expressão crítica de um movimento político emergente, em sua expressão popular.

Para o presidente estadual do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Antenor Roberto, a mobilização das forças do campo democrático e progressista emprestou às ruas a “marca da alegria e da irreverência na realização de uma caminhada mágica, cívica, defendendo aquilo que nos unificou ao longo dos últimos anos, que foi a edificação da democracia no Brasil”.

Ao fazer referência à importância da defesa do mandato de Dilma Rousseff, ressaltou ser a presidente “uma mulher sob a qual a história ainda vai fazer justiça. Muitos do que hoje atiram pedras haverão de se envergonhar das bandeiras do atraso”. Dessa forma, para o dirigente, “a luta política é uma concretude que se apresenta para os trabalhadores através das suas organizações sindicais, dos seus movimentos sociais e dos partidos políticos que lhes representam”.

Ao longo do percurso, a cena mais comum foi composta de acenos e manifestações de apoio por um número grande de pessoas que acompanharam a caminhada de seus locais de trabalho, automóveis e ônibus.
 

O ato contou com a presença da senadora Fátima Bezerra (PT), do deputado estadual Fernando Mineiro (PT), e dos vereadores Hugo Manso (PT), Fernando Lucena (PT) e Cabo Jeoás ( PCdoB), além de diversos movimentos sociais e sindicais: CTB, CUT, Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), União Nacional dos Estudantes (UNE), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do Norte (Sindipetro), ADURN-Sindicato, Sindicato dos Servidores Públicos de Natal (Sinsenat), Sindicatos dos Rodoviários (Sintro), Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte), Federação Única dos Petroleiros (FUP), Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf), Movimento dos Sem-Terra (MST), Movimento Pela Libertação dos Sem-Terra (MLST), União da Juventude Socialista (UJS), Juventude Petista do RN, Kizomba, Kilombo, Ajagum Obirin, Levante Popular da Juventude, Movimento de Lutas nos Bairros (MLB), Federação dos Conselhos Comunitários do RN (FECEB), Confederação Nacional das Associações de Moradores (CONAM) e União da Juventude Rebelião (UJR).

Defesas

O presidente estadual da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Moacir Soares, ressaltou que além da defesa da democracia, os trabalhadores buscam uma saída popular para a crise e reivindica uma agenda que garanta os direitos e o desenvolvimento econômico. “Nossa agenda, a agenda do povo, quer a taxação das grandes fortunas e mais investimentos na Educação. Para isso temos que defender a Petrobras que eles querem entregar”.

Segundo o presidente da CUT no RN, José Rodrigues Sobrinho, o ato foi construído coletivamente e representa a luta pela democracia. “Estamos aqui em defesa da Democracia, mas também da Petrobrás, pela garantia da soberania nacional, e pela manutenção dos direitos dos trabalhadores”, disse.

De acordo Pedro Henrique Santos, presidente estadual da União da Juventude Socialista (UJS), o importante foi defender a democracia. "Nossa motivação é defender que a democracia continue. Achamos que o movimento social precisa avançar nas conquistas que já conseguimos. É preciso aprofundar a democracia no país", disse.

Com a afirmativa de que “com a democracia não se brinca, ela se exerce”, o presidente do ADURN-Sindicato, Wellington Duarte, apontou para a centralidade da luta em enfrentar a ameaça de golpe à democracia brasileira. “Nossa democracia é ainda muito jovem. E eu vejo com muita preocupação esse ambiente político que está sendo construído, um ambiente político de crise. Uma crise que se você analisar do ponto de vista econômico não tem a dimensão da política. A economia não está nesta crise tão devastadora quanto as pessoas imaginam que esteja, para isso é só olhar os indicadores econômicos. Mas a dimensão política disso está muito além da economia”.

Vando Rodrigues, militante à frente do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), ressaltou que quer garantir as conquistas do movimento. "Estamos aqui em protesto pela continuidade do governo federal e pelas conquistas já garantidas pelo movimento", falou.

José Araújo, coordenador geral do Sindicato dos Petroleiros e Petroleiras do Rio Grande do Norte (Sindpetro/RN), reafirmou a defesa da Petrobras. "O maior patrimônio do povo brasileiro é a Petrobras e ela deve servir, de fato, para a população do nosso país, e não ao capital estrangeiro. Reinvidicamos por uma Petrobras 100% pública, estatal e integrada a um projeto de desenvolvimento nacional", explicou.

A representante da União Brasileira de Mulheres (UBM) no Estado, afirmou que o movimento buscava a consolidação da democracia no país. “Tivemos um processo eleitoral democrático e agora precisamos cobrar a implantação do programa de governo eleito pelo povo. Qualquer atitude golpista pode trazer sérios danos às conquistas dos trabalhadores, das Mulheres e da Juventude”, afirmou.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra também participou da manifestação. A representante do MST Jailma Lopes afirmou que o ato visa “a defesa da soberania popular”.

O representante da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf), José Mota Junior, disse que, além de defender a Democracia, o movimento defende a Petrobrás e luta contra o retrocesso do país. “Nós defendemos a democracia, não queremos um retrocesso. Tá ruim? Tá. Mas pior era na ditadura militar onde ninguém tinha direito a nada”.

De Natal, Jana Sá