Caxienses na rua em defesa da democracia

Defesa da legitimidade do voto e do mandato da presidenta Dilma Rousseff foi feita por um dos coordenadores do movimento e secretário de comunicação e propaganda do PCdoB de Caxias do Sul, Roberto Carlos Dias, que ocupou a tribuna da Câmara de Vereadores de Caxias para convidar população para ato desta quinta, apartir das 17h, na Praça Dante Alighieri

Movimentos sociais nas ruas do Brasil - Maurício Concatto
O Movimento em Defesa da Democracia de Caxias do Sul, no início da sessão ordinária do Legislativo caxiense, na tarde desta quarta-feira (19/08), convidou a comunidade para um ato favorável ao mandato da presidente da República, Dilma Rousseff. A manifestação acontecerá às 17h desta quinta-feira, na Praça Dante Alighieri. Um dos coordenadores do grupo, o jornalista e historiador Roberto Carlos Dias rechaçou coros de outras movimentações, que pedem o impeachment de Dilma.

“O Brasil tem cinco séculos e a corrupção em nosso país existe desde o Brasil Império, das Caravelas de Cabral, mas para os desinformados ou mal intencionados parece que nasceu há 12 anos, com Lula e Dilma. É difícil resgatar e resolver tudo o que foi feito em 500 anos em 12 anos. Demora um pouco, mas os avanços sociais que obtivemos neste curto período, mesmo que ainda não o que desejamos, já incomodam, porque o povo, o trabalhador, o jovem, o estudante e a dona de casa sempre tiveram os direitos tolidos, cerceados”, destacou Roberto Carlos, ao fazer o contexto histórico.

E prosseguiu:
“Hoje, os que pedem o impeachment da presidenta Dilma Rousseff e armam uma tentativa de golpe permanente, dentro do Consócio do Conservadorismo, formado pela mídia empresarial, mercado financeiro e direita, querem tirar o pouco que conquistamos”.
Na ótica do coordenador, a corrupção nacional tem raiz no financiamento empresarial das campanhas eleitorais. Sustentou que essa ilicitude existiria desde o período imperial, no século XIX.

"Infelizmente, os avanços sociais dos últimos anos têm incomodado algumas parcelas da sociedade brasileira", observou.

Roberto Carlos ressaltou que a preservação do sistema democrático é a garantia para evitar o retorno ao perfil de governo da antiga ditadura militar (1964-1985). Comentou que, naquele período, morreram mais de 400 brasileiros, sendo que mais de 500 mil cidadãos foram investigados por órgãos de segurança e dez mil torturados e violentados.

“Entre os torturados estava a presidenta Dilma, brasileira honrada, de conduta ilibada, que nunca desistiu do Brasil e do povo brasileiro. Chegou à presidência da República legitimada pelo voto, sendo reeleita em 2014 com mais de 54 milhões de voto, pela vontade da maioria do povo brasileiro. Dilma, portanto, é a presidenta do Brasil até 31 de dezembro de 2018. Qualquer tentativa que interrompa esse processo e esse tempo é golpe. É rasgar a Constituição Federal no Regime Democrático de Direito”.

O jornalista e historiador não poupou críticas ao papel que a grande mídia vem cumprindo neste cenário de crise econômica e política.

“Precisou passar mais de 50 anos para que a grande mídia, como as Organizações Globo, reconhecesse, em editorial do Jornal Nacional, que apoiou o Golpe Militar, que matou milhares de brasileiros e tornou mais de duas centenas em desaparecidos políticos até os tempos atuais”.

O coordenador condenou a tentativa de golpe com base na Constituição Federal.

“Não há base jurídica que sustente um processo de impeachment. Nada, absolutamente nada, consta na Justiça contra a presidenta Dilma, como já proclamaram a Procuradoria-Geral da República e o Supremo Tribunal Federal. Nada consta porque a presidenta em toda a sua vida pública provou ser honrada, honesta e corajosa defensora do patrimônio público. Portanto, o impeachment que a oposição brada é uma aberração jurídica, política e moral. Tanto é verdade que 123 juristas renomados em Direito Constitucional assinaram manifesto em defesa do mandato da presidenta na semana passada, onde repudiam e descaracterizam qualquer chance de impeachment, porque, de fato, não há”.

O jornalista dirigente do PCdoB de Caxias do Sul listou algumas conquistas e avanços ao defender a democracia e a legitimidade do mandato da presidenta Dilma.

“Somos a favor da democracia, porque somos minha Casa Minha Vida, que já entregou mais 9 milhões de moradias a brasileiros e brasileiras e vai entregar mais 3 milhões até 2018, outra marca destacada com ênfase pela imprensa internacional como marca de Dilma, como a presidenta que mais construiu casas para o povo. Em, Caxias, já são mais de 12 mil famílias contempladas neste programa e 186 mil no Estado do Rio Grande do Sul. Caxias tem ainda hoje 80 mil remédios distribuídos de forma gratuita. E na área da Educação, nossa cidade conquistou 13 creches com recursos do governo federal, sendo que três já foram concluídas”.

Roberto Carlos destacou ainda os avanços obtidos como programas como o Prouni e Sisu, que grante acesso ao ensino superior de qualidade e gratuito.
“Somos a favor da Democracia, porque queremos Prouni, Sisu, para que o filho do trabalhador e o povo pobre possam estudar em universidades federais de forma gratuita e de qualidade. Saltamos de 5.000 bolsas de estudos em universidades em 2002 para 17 milhões de universitários estudando pelos programas federais de forma gratuita”.

O jornalista destacou ainda que, enquanto a imprensa nacional não contextualiza a situação grave da crise que é sistêmico e do capitalismo dos norte americanos e da Europa, enaltecendo o papel da presidenta no combate à corrupção, com destaque pela mídia internacional.
“Dilma enviou ao Congresso Nacional a proposta mais avançada de combate à corrupção no país, mas a grande mídia nacional ignora isso. Em contrapartida, a mídia internacional, como Financial Time, New York Times e El País, destaca em manchetes na capa e editoriais que o maior legado do governo da presidenta Dilma será o combate a corrupção”.