Unegro fortalece a luta contra o racismo em plenária nacional

Começa nesta sexta-feira (7) a 5ª Plenária Nacional da Unegro, no Centro de Convenções Instituto Israel Pinheiro, em Brasília. O encontro reúne militantes do movimento negro de todo o Brasil para um balanço das conquistas e dos desafios do movimento social no atual cenário político nacional.

edson frança unegro radio - Reprodução

A Unegro entende que aconteceu uma série de avanços nos últimos anos no campo do combate ao racismo e igualdade de direitos, no entanto, o clima de instabilidade política pelo qual o país passa atualmente se torna um empecilho para a continuidade deste projeto. Desta forma, a entidade mobiliza sua militância para ocupar as ruas em defesa da democracia e do desenvolvimento nacional.

“O sonho não acabou”, diz o presidente da Unegro, Edson França, em entrevista à Rádio Vermelho. Ele convoca a militância a ir para a rua e defender o projeto político que foi eleito nas urnas, cujo objetivo é avançar nas conquistas relacionadas à inclusão social e combate à desigualdade.

Apesar das conquistas do movimento negro nos últimos anos, os desafios ainda são muitos. Mesmo depois da implementação de sucessivas políticas que buscam a promoção da igualdade racial desde 2001, com a aprovação do Plano de Ação da Conferência Mundial Contra o Racismo, realizada em Durban, na África do Sul, ainda são registrados altos índices de marginalidade, exclusão social e genocídios contra os jovens negros e negras.

Quando se fala em juventude, a possibilidade de um jovem negro ser assassinado é 2,5 vezes maior que a de um jovem branco. Em 2012, 56.000 pessoas foram assassinadas no Brasil, destas, 77% são negros. No esporte, cada vez mais aparecem casos de preconceito racial nos jogos e eventos esportivos. E nas redes sociais aumentaram os crimes de intolerância e de ódio racial contra a população negra.

Dado este cenário, a Unegro se posiciona contra a redução da maioridade penal – que atinge principalmente a juventude pobre e negra do país – e defende as atuais políticas de ações afirmativas.

A plenária nacional é realizada com objetivo de ampliar a luta pela eliminação de todas as formas de discriminação racial. A entidade pretende, com o encontro, capacitar sua militância para enfrentar os ataques racistas e participar das conferências governamentais, a fim de pressionar o governo a avançar nas políticas públicas de promoção da igualdade racial. Além disso, a Unegro também vai debater questões relacionadas à Marcha Nacional das Mulheres Negras, a ser realizada em novembro.

O evento começa na sexta-feira (7) e segue até domingo (9). O ato político de abertura contará com a presença de lideranças do movimento social, e autoridades políticas, entre elas, Nina Lino Gomes, ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial; Cida Abreu, presidenta da Fundação Cultural Palmares; Carina Vitral, presidenta da UNE; Adilson Araújo, presidente da CTB; Haroldo Lima, ex-presidente da Agência Nacional do Petróleo e integrante do Comitê Central do PCdoB; Olívia Santana, secretária da Secretaria de Políticas para Mulheres da Bahia e Bia Barbosa, diretora do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação.

A Rádio Vermelho conversou com presidente da Unegro sobre o atual momento político e a importância da mobilização popular em defesa da democracia e da soberania do voto.

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