Urariano Mota: O que Machado de Assis falou do juiz Sérgio Moro 

Nesta sexta-feira (31), em sua coluna semanal Prosa, Poesia e Política, o escritor Urariano Mota, sempre certeiro na tinta e no tom, volta a falar sobre a atuação do juiz Sérgio Moro na chamada Operação Lava Jato. Em uma crônica de tirar o chapéu, nosso colunista coloca em diálogo o grande escritor Machado de Assis e o juiz Sérgio Simão Moro Bacamarte.

Urariano Mota: O que Machado de Assis falou do juiz Sérgio Moro

"O maior escritor brasileiro, gênio absoluto, não deixaria de falar sobre as aparências de justiça da direita brasileira. Mas o mais impressionante é que ele, Machado de Assis, tenha já falado do juiz Sérgio Moro. Sim, daquele mesmo que faz do Paraná o centro do golpe contra a democracia no Brasil. Acompanhem, porque toda arbitrariedade da hipócrita limpeza da sociedade já foi escrita desde 1882, para tipos e gênero como Sérgio Moro, que são mais antigos do que se imagina. Com a pena da galhofa e a tinta da melancolia do mestre da literatura nacional me acompanhem, porque não será difícil ver o que poderá sair desse estranho encontro separado por 133 anos", narra o jornalista pernambucano.

E completa: "As linhas e a fala de Machado de Assis sobre Sérgio Moro estão em O Alienista, sobre o qual comento agora, livre da delação premiada. Já no começo, ele escreve: “A ciência, disse ele a Sua Majestade, é o meu emprego único; Itaguaí é o meu universo”.

Ao final de sua coluna, Urariano Mota avisa: "ao que concluímos nós, mais uma vez no rasto do nosso Machado de Assis: a vaidade, em si, é um princípio de corrupção. Mas disso ele, Sérgio Simão Moro Bacamarte, ainda não sabe. Para cumprir o destino do alienista, ele também terá o seu justo fim. Ou seja: ele próprio será internado e punido pela mesma doença que ele acusa nos perseguidos. Nós ainda vamos ler as próximas linhas desta história".