Movimentos e Partidos organizam frente ampla em defesa da democracia

Nunca antes na história deste país se ouviu falar tanto em democracia. A disputa léxica está em todas as partes. Nos muros, na discussão da família durante o jantar, na sala de aula. Não reconhecer o resultado da última eleição é ou não golpe?

Foto: Alexandre Maretti - Futura Press

Por Ana Flávia Marx

Para diversos militantes de partidos e movimentos, sim. E para combater esse golpe no esse ataque ao Estado de direito foi lançada na capital de São Paulo uma Frente ampla com a participação Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Partido Democrático Trabalhista (PDT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, Central Única dos Trabalhadores, Sindicato dos Advogados de São Paulo e outros representantes sindicais, artistas e personalidades.

A Frente terá uma coordenação com as entidades que participaram para organizar a participação da militância e de setores progressistas em defesa da democracia. O primeiro trabalho dela será convidar outros movimentos sociais, progressistas e democráticos que não concordam com a ameaça ao Estado Democrático de Direito.

Segundo o presidente municipal do PCdoB, Jamil Murad, se a solução dos problemas estivesse somente nos partidos que participaram do ato, então não existia problema.

“A democracia que nós estamos defendendo hoje foi arrancada à unha, à custa de muito sangue e nós estamos unidos para continuar defendendo”, disse Jamil.

A mobilização do ato foi colocada em xeque por parte da imprensa, segundo o presidente do diretório municipal do PT, Paulo Fiorilo. “Saiu na imprensa que esse ato seria esvaziado, que passaríamos vergonha por ter cadeiras vazias e o auditório está lotado para essa atividade que não é o fim nela mesma, mas o começo da nossa articulação e mobilização”.

A tarefa de fazer frente ao movimento conservador na maior capital do país não é fácil. Foi justamente na cidade que começaram os protestos contra a presidente na abertura dos jogos da Copa, assim como é aqui também onde acontecem as maiores mobilizações antidemocráticas.

A vice-prefeita Nádia Campeão defendeu que o movimento frentista precisa disputar a consciência democrática que geralmente se localiza no centro da política.

“Temos que aprender com a nossa história e não nos isolarmos como aconteceu em 64 e buscar um campo mais amplo para sustentar Dilma como presidente, como mulher, como pessoa honesta que nunca fez nada para sofrer um impeachment”, defendeu Nádia.

De acordo com o ator Tadeu di Pietro é o momento de enfrentar esse processo sem medo. “A vitória da democracia só será possível se acreditarmos na nossa vitória, nos nossos sonhos e nas nossas utopias”.