FAO e Brasil discutem novos passos para acabar com a fome mundial

Na semana passada, o diretor-geral da  Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o brasileiro José Graziano da Silva, se reuniu com a presidenta Dilma Rousseff na Embaixada do Brasil em Roma (cidade-sede da FAO), ocasião em que apresentou o relatório que estima o valor a ser investido para que a fome seja erradicada mundialmente até 2030.

Diretor-geral da FAO e presidenta do Brasil discutem novos passos para alcançar a fome zero mundial

De acordo com o documento, divulgado em uma coletiva de imprensa pela FAO, o Programa Mundial de Alimentos e o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) – as três agências da ONU que atuam em Roma –, são necessários nos próximos 15 anos o total de 267 bilhões de dólares por ano, ou 160 dólares anuais, por cada pessoa que ainda passa fome no planeta.

Graziano afirmou que a publicação usa uma abordagem muito semelhante ao modelo brasileiro, que combina a proteção social e investimentos focados nas populações mais pobres e vulneráveis.

Ambos concordaram que o gasto, embora elevado, deve ser encarado como um investimento, já que provê poder aquisitivo às pessoas mais pobres, o que aporta uma nova dinâmica à economia.

O diretor da FAO ainda parabenizou Rousseff pelos resultados positivos alcançados na 7ª Cúpula dos Brics, cujo comunicado conjunto assinalou a cooperação da FAO com Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul. A presidenta, neste contexto, sugeriu a criação de um fórum dos Brics para tratar de segurança alimentar e nutricional e da eliminação da pobreza.

Atualmente, o Brasil apoia cerca de 30 iniciativas da FAO, com contribuições que ultrapassam o valor de 100 milhões de dólares.

Graziano da Silva enalteceu as ações do país no combate à fome, à má nutrição e à extrema pobreza, que se tornaram um modelo reconhecido mundialmente por sua abordagem multissetorial e que tem permitido fortalecer os pequenos produtores agrícolas.

Tais políticas integradas colocaram o Brasil entre os países que atingiram, antes do ano-limite de 2015, não apenas o primeiro dos Objetivos do Milênio – que estabelece a redução pela metade da proporção do número de pessoas que sofrem com a fome – como também a meta indicada pela Cúpula Mundial da Alimentação de reduzir em 50% o número absoluto e total da população em insegurança alimentar.

Ao longo desse processo, o Brasil tornou-se um dos líderes na cooperação entre os países em desenvolvimento e tem compartilhado experiências exitosas que se tornaram referência – como o programa de alimentação escolar – especialmente em países da América Latina, Caribe e África.