Farc e governo colombiano retomam diálogos de paz

As delegações das insurgentes Farc e o governo colombiano retomam, nesta terça-feira (7), as conversas de paz, centradas atualmente no tema das vítimas do longo conflito armado nessa nação sul-americana.

Farc - Luis Robayo/AFP

No contexto dos diálogos que se desenvolvem em Havana desde 2012 para pôr fim à guerra, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) chamaram a implementar os acordos atingidos na Mesa de Diálogos.

Pediram atuação nesse sentido, "sem esperar que se chegue a acordos na totalidade dos pontos da Agenda de Paz". Em seu mais recente pronunciamento, a insurgência considerou que o princípio conhecido de que "nada está acordado até que tudo esteja acordado" não pode ser desculpa para que o governo e o Estado se esquivem de suas obrigações constitucionais.

Segundo manifestaram as Farc, "nada há nos acordos alcançados que não seja possível materializar dentro do marco das leis vigentes e sua aplicação, portanto, é sobretudo uma questão de vontade política e de justiça social para os colombianos".

Em sua declaração, a guerrilha referiu-se especialmente ao tema das drogas ilícitas e considerou que para assentar as bases da construção de uma paz estável e duradoura é necessário, entre outros, encontrar uma solução definitiva para este problema.

Sobre este ponto, as Farc tornaram pública sua vontade de acordar com o governo do presidente Juan Manuel Santos os procedimentos que sejam necessários para desenvolver desde já o acordo assinado sobre o ponto quatro da agenda de Havana (referente à questão de drogas ilícitas).

Além disso, e igualmente como nas jornadas anteriores da presente rodada de diálogos, a insurgência reiterou como parte de suas reivindicações a necessidade de reduzir a intensidade do conflito.

Nesse sentido, a maior guerrilha colombiana exige insistentemente em um cessar-fogo bilateral, que permita às partes avançar no processo de paz em um ambiente de maior confiança e cordialidade.