Brasil vai contribuir para a erradicação da fome na América Latina

A experiência brasileira na erradicação da fome e na superação da extrema pobreza vai contribuir para que países da América Latina e Caribe atinjam seus objetivos na promoção da segurança alimentar. A iniciativa para a cooperação e troca de experiências foi discutida nesta terça-feira (16), em Brasília, entre o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, o oficial de Políticas da FAO no Chile, Adoniram Sanches, e o representante no Brasil, Alan Bojanic.

Reunião MDA e FAO para erradicação da fome - Paulo Henrique Carvalho/MDA

A ideia é realizar um evento no âmbito do Plano de Segurança Alimentar, Nutrição e Erradicação da Fome da Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac).

O ministro sugeriu a criação de um grupo de trabalho para identificar experiências exitosas que possam ser reproduzidas em países que ainda vivem situações críticas. “Esse encontro será muito importante para evitar que países que já alcançaram resultados significativos passem por retrocessos, e para avançar no objetivo comum de erradicar a fome em toda a região até 2025”, afirmou.

No encontro, Bojanic destacou a importância das políticas brasileiras de fomento à agricultura familiar para a erradicação da fome e da miséria no país, o que foi reconhecido pela organização no ano passado. “Por isso precisamos que os países se unam em uma reflexão que possa convergir para iniciativas distintas, seja no âmbito parlamentar, acadêmico, governamental ou da sociedade civil. Agora vamos estudar uma proposta, montar um plano de trabalho e fazer desse evento uma realidade”.

O Plano de Segurança Alimentar, Nutrição e Erradicação da Fome da Celac, desenvolvido pela FAO com o apoio da Associação Latino-Americana de Integração (Aladi) e da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), se baseia em quatro pilares que abordam a coordenação de estratégias nacional e regional; o acesso oportuno e sustentável a alimentos inócuos e nutritivos; a ampliação dos programas de alimentação escolar; e a estabilidade na produção e no enfrentamento das mudanças climáticas.

O plano sistematiza experiências de sucesso para facilitar sua aplicação em outras partes do mundo e identifica conexões entre áreas. Um exemplo são as políticas públicas brasileiras que vinculam a agricultura familiar à alimentação escolar, bem como o uso dos programas de transferência de renda para que as comunidades rurais possam se beneficiar graças ao incremento da produção local.