Negociações entre Farc e governo colombiano vivem fase de retrocesso

O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, concluiu, nesta terça-feira (16), sua turnê europeia, que incluiu quatro países e cujo denominador comum é o apoio dos governantes e do Papa Francisco ao processo de paz.

Santos suspende diálogos de paz com as Farc após sumiço de general - Presidência da Colômbia

Na cúpula entre a União Europeia (UE) e a Comunidade de Estados da América Latina e Caribe (Celac), realizada na Bélgica, na semana passada, o presidente explicou o progresso e as dificuldades do diálogo com as Farc, que visa acabar com a guerra interna.

Através de uma declaração conjunta, os participantes do encontro Celac-UE instaram o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) a acelerarem as negociações e encontrarem uma solução política para o confronto.

Além disso, eles pediram o estabelecimento de conversas com o Exército de Libertação Nacional (ELN).

Como contribuição para o período pós-guerra, a UE aprovou a criação de um fundo para financiar programas específicos para o estágio seguinte ao fim dos conflitos.

Na Itália, o chefe de Estado foi recebido pelo Papa Francisco, em uma audiência privada. O pontífice pediu-lhe para perseverar na busca da paz e da reconciliação nacional. O Bispo de Roma também expressou sua vontade de desempenhar um papel nesses esforços.

Outro destino do tour foi a Suécia. O primeiro-ministro Stefan Löfven reconheceu a importância do processo para acabar com o conflito prolongado e ofereceu apoio. Já após sua passagem pela Noriega, o primeiro-ministro Erna Solberg também pediu que se acelere o diálogo pacificador e termine o conflito colombiano.

Enquanto isso, em Havana, equipes do executivo e das Farc tentam encontrar um consenso sobre questões controversas, ao passo que os colombianos vivem um ressurgimento da guerra.

Essa espiral de violência começou com a retomada dos bombardeios militares por parte do governo. Logo após, o movimento guerrilheiro ordenou a suspensão da trégua unilateral que estava posta desde dezembro.

Governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia realizam um diálogo em Cuba desde 2012. O confronto armado já matou cerca de 230 mil pessoas.

Depois de alcançar três acordos parciais, concordar com um programa de desminagem humanitária e a criação de uma comissão da verdade, ambas as partes em conflito estão agora debatendo os pontos mais controversos, como justiça transicional, que prevê penalidades para os atores do conflito.