Juristas entregam manifesto no STF contra financiamento de campanha 

Cerca de 200 juristas pretendem entregar nesta quarta-feira (10) à ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, manifesto público contra a aprovação da emenda que constitucionaliza as doações de campanhas eleitorais por empresas a partidos políticos. Weber é a relatora do mandado de segurança que pede a suspensão da tramitação da matéria, impetrado por 61 deputados de seis partidos.  

Campanha cara prejudica candidatos dos trabalhadores e minorias - Google Imagem

O documento tem pareceres de juristas como Fábio Konder Comparato, Dalmo Dallari e Celso Bandeira de Mello, e também é assinado pelo atual presidente, alguns ex-presidentes e conselheiros da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), além de professores de Direito de 23 estados.

O manifesto afirma que houve inconstitucionalidade no procedimento que resultou na aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 182/2007. "Não se pode rasgar a Constituição para atender à vontade de uma pessoa, sob risco de se instalar uma anarquia jurídica", disse o ex-presidente da OAB, Marcello Lavenère Machado em entrevista à imprensa. Segundo ele, os juristas se somam aos que defendem a suspensão imediata da tramitação da PEC e impedir sua votação em segundo turno.

A PEC foi aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados em 27 de maio, após manobra do presidente da Casa, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Depois de ter sido derrotada pelo plenário, a PEC foi reapresentada no dia seguinte, com praticamente o mesmo conteúdo, e foi aprovada.

Tanto os deputados que subscrevem o mandado quanto os juristas que assinam o manifesto argumentam que a manobra de Cunha de colocar pela segunda vez em votação uma emenda rejeitada na véspera fere o artigo 60 da Constituição, que proíbe que uma matéria seja votada duas vezes no mesmo ano.