Putin: “O G7 não aceita visões alternativas” 

Nesta quarta-feira (10), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, que está de visita na Itália, inaugurou o Dia da Rússia na Expo 2015. O líder russo encontrou-se com o primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, e visitou os pavilhões da Rússia e da Itália. Depois, os dois líderes concederam uma entrevista coletiva aos jornalistas internacionais. 

Putin e Mateo - © Sputnik/ Aleksei Nikolsky

O líder russo e o chefe do governo italiano debateram uma série de questões importantes da agenda internacional. Entre os temas principais, constam as relações dentro do G7, G20, BRICS, problemas do terrorismo internacional e as consequências da "guerra das sanções".

A visita de Putin à Itália acontece dois dias depois da cúpula alemã dos "sete grandes" (Alemanha, Canadá, EUA, França, Itália, Japão, Reino Unido) e do Fórum Parlamentar dos BRICS, que teve lugar em Moscou. Dentro de um mês, começará em Ufá, na Rússia, a cúpula presidencial dos BRICS. Neste contexto, o encontro russo-italiano ganha importância, já que a Itália não apoia oficialmente as sanções impostas pelo Ocidente contra a Rússia.

As sanções prejudicam o intercâmbio comercial entre a Rússia e a Itália, disse Putin, respondendo a uma pergunta na entrevista coletiva. É de notar que a Itália não apoia abertamente as sanções europeias, porém tem que sofrer as suas consequências. Segundo o presidente russo, as empresas italianas perderam cerca de um bilhão de euros em resultado das sanções.

A opção da possível revogação das sanções antirrussas não foi discutida entre os políticos. Antes, na cerimônia de encerramento da cúpula do G7 na segunda-feira (8), o presidente norte-americano, Barack Obama, tinha ressaltado que as sanções irão vigorar até que a Rússia mude a sua posição em relação à Ucrânia.

No entanto, o presidente russo apelou aos europeus a "não abdicar da cooperação bilateral", sublinhando que "a Rússia sempre encontrará parceiros".

Putin: G7 é um clube, não uma organização

O G7 foi a principal manchete da semana passada na mídia europeia. Não tinha como se evitar este assunto no encontro de hoje. Putin comentou a sua atitude para com este bloco internacional dizendo que os parceiros do G7 acreditam que pontos de vista alternativos não são bem-vindos: "Nós não temos nenhuma relação com o G7. Quando fizemos parte (desse grupo), mantivemos relações. Eu acreditava que isso tinha sentido, porque nós representávamos um ponto de vista alternativo. Mas os nossos parceiros acreditaram que não precisavam disso". Putin também qualificou o próprio G7 como "um clube, não uma organização".

Ucrânia

Comentando o assunto do conflito na Ucrânia, Matteo Renzi insistiu que os Acordos de Minsk devem ser respeitados: "Nós compartilhamos o princípio universal. É assim: os Acordos de Minsk-2 são uma orientação, um meio auxiliar no trabalho de regulação da situação na Ucrânia". Todas as pessoas de boa vontade trabalham para implementar integramente os Acordos de Minsk e permitir pôr fim à crise no território da Ucrânia", disse o primeiro-ministro italiano.

Putin concordou com esta posição, mas sublinhou que as partes só cumprem os Acordos de Minsk "de uma maneira seletiva".