Falcão rebate críticas da grande mídia sobre crise partidária

Em entrevista coletiva na última sexta (5), em Aracaju (SE), antes de participar da etapa estadual do 5º Congresso do Partido dos Trabalhadores, o presidente nacional da legenda, Rui Falcão, rebateu as insinuações de que o PT estaria em “crise”.  “São quase 200 mil que estão pedindo para ingressar no PT” (…) .De acordo com o dirigente, entre janeiro e junho, a sigla recebeu mais de 17,1 mil novas filiações. “Isso não é um partido de crise, como a mídia monopolizada tenta mostrar”, questionou.

Rui Falcao

Segundo o presidente petista, há mais de 139 mil pedidos de filiação aprovados e aguardando as plenárias de confirmação da militância. Além disso, outros 47,2 mil pleitos para ingressar na sigla estão em análise.

No último levantamento, divulgado em maio, o PT contava com 1.740.110 filiados. Em comparação ao mesmo período do ano passado, o número é 81% maior. 

“Não pode ter crise um partido que está há 12 anos no poder, ganhou a quarta eleição consecutiva. Não estamos em crise, apesar do ataque feroz que a direita conservadora, a mídia monopolizada e aqueles que não se conformam com a derrota no passado fazem contra nós”, respondeu no dirigente.

Durante a coletiva, Rui Falcão relembrou o episódio do “Mensalão Tucano”, que estava parado há 11 anos na Justiça, e voltou a defender o ex-secretário de Finanças do PT João Vaccari Neto. Ele também reafirmou que todas as doações recebidas pela legenda são legais.

Doações legais

Rui reafirmou que as doações que o PT recebeu de empresas foram “legais, dentro do que a legislação estabelece, com transações bancárias registradas no TSE, semelhante aos demais partidos em valores e nas empresas que doaram a nós como doaram a todos os outros”, afirmou.

Para ele, existe uma “uma tentativa de criminalizar o PT”. “Como não conseguem nos derrotar nas urnas, usam a mídia monopolizada para tentar nos condenar. Mas tenho a certeza que a população, através do debate, dos horários eleitorais e da ação da nossa militância desmentindo, todos esses ataques não terão resultado”, ressaltou.

Ataques da grande mídia

Mesmo assim, o jornal Valor Econômico publica nesta segunda-feira (8) mais críticas ao PT descrevendo que a legenda “passa por um dos piores momentos de sua história” e em meio ao Congresso da sigla, o presidente do partido evita falar com os dirigentes petistas sobre ajuste fiscal, para não transformar o tema em "maniqueísmo" (Filosofia que divide o mundo entre bem e mal), registra o jornal.

Distorcendo a relevância de alguns temas para o Brasil, o texto do Valor anuncia ainda que para "virar a página" do ajuste fiscal, Rui Falcão deverá propor no congresso partidário a defesa da recriação da CPMF e a taxação sobre heranças e grandes fortunas.

Segundo a Agência de Notícias do PT, Rui Falcão defendeu, na coletiva, que é “tempo de parar de falar de ajuste”. “É hora de falar de investimento, de geração de emprego, de distribuição de renda, de crescimento econômico, inclusão social, novos avanços e mais investimentos na Educação e na Saúde”, disse animado.

Congresso do PT

Sobre o Congresso do partido, que ocorrerá de 11 a 13 de junho, em Salvador (BA), Rui confirmou a presença do ex-presidente Lula, da presidenta Dilma Rousseff, de 30 delegações internacionais e mais de 800 representantes dos diretórios estaduais.

“É um congresso para avançar mais nas nossas políticas, fazer um balanço de 35 anos de existência do partido, dos 12 anos de governos democráticos, discutir as táticas eleitorais para 2016. E momento de muita mobilização e de correção de rumos”, destacou.