Presidente da CTB defende o socialismo durante conferência em Bruxelas

Durante a participação da CTB na Conferência Sindical Internacional da Federação Sindical Mundial (FSM), o presidente nacional da entidade, Adilson Araújo, denunciou as consequências sofridas pela classe trabalhadora com a atual crise do capitalismo e chamou a população para se unir frente às forças conservadoras e construir o socialismo.

Adilson Araújo na Conferência da FSM - Arquivo pessoal

O encontro, que reuniu 14 entidades sindicais de mais de dez países, ocorreu no Parlamento Europeu, na Bélgica e debateu desde a última segunda-feira (1) até esta terça-feira (2) as ações dos Estados Unidos, Otan e União Europeia contra a autodeterminação dos países e povos.

Em seu discurso, o sindicalista expressou que com a ascensão dos governos progressistas e de esquerda que buscaram alternativas integracionistas com a formação de blocos como a Celac, Unasul, Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) este último criou um banco próprio e um fundo de investimento faz com que estes países sejam agredidos pelo imperialismo.

“As provocações e a guerra civil na Ucrânia, onde EUA e Otan respaldaram um golpe de Estado liderado pela extrema direita, são guiadas pelo propósito econômico-militar de isolar e desestabilizar o governo russo”, informou.

Em relação à América Latina e Caribe, o sindicalista denunciou as sanções impostas à Venezuela. “Não podemos esquecer o papel destacado do governo daquele país nas iniciativas que visam à integração soberana da região e na criação de um novo cenário político, que tem por marco precisamente a eleição de Hugo Chávez em 1998”, lembrou. Recentemente, os Estados Unidos classificaram o país como uma “ameaça” à segurança norte-americana.

Terceirização

Neste sentido, Adilson indica que a Venezuela respalda os direitos sociais. “Entre as medidas que adotou em defesa da classe trabalhadora, cujo protagonismo político é indiscutível, destaca-se a instituição (em maio de 2012) de uma Lei Orgânica do Trabalho que proíbe a terceirização (classificada por Chávez como ‘a escravidão do século 21’), reduz a jornada para 40 horas semanais, promove a Organização por Local de Trabalho”, afirma. “Enquanto no Brasil está em discussão a aprovação do projeto de lei que escancara a terceirização inclusive para as atividades-fim”, completa.

Segundo o cetebista a nação bolivariana já foi vítima de várias tentativas de golpe e enfrenta uma guerra econômica movida pela burguesia local e pelo imperialismo através do desabastecimento e das sanções.

“Por trás da ofensiva contra o governo liderado por Nicolás Maduro, que começou sua vida política no movimento sindical como metroviário, residem os interesses estratégicos dos Estados Unidos de abortar o projeto de integração, ainda incipiente, e impedir a consolidação de uma nova realidade geopolítica em Nossa América, que Washington considera e trata como um quintal do império. É uma tentativa de recompor a hegemonia perdida ou ameaçada”, alertou.

O mesmo sentido, disse, tem a onda conservadora que invade o Brasil e a Argentina, cujos governos também são protagonistas do processo de integração soberana e têm se sobressaído na diplomacia mundial como defensores do direito à autodeterminação das nações, contra as intervenções das potências imperialistas, pela democracia e a solução pacífica das divergências internacionais.

Para ele diante deste contexto é preciso “unificar a classe trabalhadora, esclarecer e conscientizar as bases sindicais sobre o que está acontecendo, desnudando os objetivos imperialistas dos EUA e UE, e mobilizar amplas massas para fazer frente às forças conservadoras”, concluiu.