Ponte Barão de Mauá é certificada como Patrimônio do Mercosul

A Ponte Barão de Mauá, que liga as cidades de Jaguarão, no Rio Grande do Sul, e Rio Branco, no Uruguai, foi certificada nesse sábado (30) como primeiro Patrimônio Cultural do Mercosul. Em cerimônia realizada na Prefeitura da cidade gaúcha, o ministro da Cultura do Brasil, Juca Ferreira, e a ministra da Educação e da Cultura uruguaia, Maria Julia Muñoz, receberam o documento emitido pela Comissão de Patrimônio Cultural do bloco sul-americano.

Ponte Barão de Mauá - Lia de Paula

Durante a cerimônia, houve também a instalação da comissão binacional que será responsável pela gestão da ponte e o lançamento do Dossiê da Ponte Internacional Barão de Mauá.

O ministro Juca Ferreira defendeu a fronteira como um espaço de amizade, parcerias e interação. Para ele, a ponte é símbolo dessa união. "Para mim, foi muito importante estar aqui e certificar a ponte como primeiro bem patrimônio cultural do Mercosul. Tivemos uma conversa com a população e todos pediram apoio para haver maior integração entre os dois lados. É algo positivo que o Brasil pretende apoiar ", afirmou. "É um momento importante e simbólico de reconhecimento de uma integração", completou.

A ministra da Educação e da Cultura do Uruguai, Maria Julia Muñoz, salientou que o mais importante do Mercosul é que os povos se sintam unidos. "A ponte, que nos une e que é patrimônio histórico e arquitetônico do século passado, é o símbolo de unidade que queremos construir para o Brasil e para o Uruguai", destacou.

Construída entre 1927 e 1930, a Ponte Barão de Mauá foi financiada pelo Uruguai, em decorrência de uma dívida de guerra. Foi, na época, considerada a maior obra de infraestrutura de concreto armado da América do Sul. Em 2011, foi tombada pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Nacional (Iphan). Em 2013, foi a vez de ser tombado pela Comissão de Patrimônio Cultural do Mercosul, com o respectivo certificado sendo entregue este ano.

A presidente do Iphan, Jurema Machado, explicou o papel da Comissão Binacional para gestão da ponte, que fará o acompanhamento da conservação e gestão do bem. Jurema também assinou um documento com os princípios que norteiam o comitê gestor e ressaltou que o reconhecimento comum do bem implica um conjunto de responsabilidades e consequências concretas.