Renato aponta os desafios do PCdoB na abertura da 10ª Conferência

Com a participação de mais de 500 pessoas de todo o país, entre delegados e convidados, aconteceu nesta sexta-feira (29) a abertura da 10ª Conferência Nacional do Partido Comunista do Brasil (PCdoB). O evento, que vai até domingo (31), em São Paulo, contou com a presença da presidenta Dilma Rousseff, dos ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Carlos Gabas (Previdência), do governador do Maranhão, Flávio Dino, além de senadores e deputados federais.

Por Dayane Santos, do Portal Vermelho

10 Conferencia Nacional do PCdoB Luciana Santos Renato Rabelo e Dilma - Tom Dib

A conferência, além de definir o posicionamento do partido sobre o atual momento político nacional e de apontar as perspectivas da sua atuação, marca a transição da presidência do PCdoB. Renato Rabelo, que dirigiu o partido nos últimos 13 anos, fará a transição do cargo à Luciana Santos, atual vice-presidenta e deputada federal por Pernambuco. Luciana será a primeira mulher a presidir o partido.

Renato destacou que essa transição foi feita num longo processo que resulta na conferência. “Essa sucessão está apoiada e estimulada pela confiança que nós temos nas novas gerações do partido. Condição essencial para se manter e avançar a continuidade histórica do Partido Comunista do Brasil. Essa conferência foi além e tem sido proveitosa para ouvir e unir o partido, num momento político singular. Um momento que nós consideramos instável e perigoso que vive o Brasil”, salientou.

Sobre a sua saída da presidência, Renato afirmou: “Deixo a presidência nacional do glorioso Partido Comunista do Brasil convicto do dever cumprido perante a todo o coletivo partidário. Estou confiante de que a querida camarada Luciana Santos, com a sua trajetória de militância, vai honrar o compromisso com o partido e com o apoio decisivo dos quadros e militantes, conduzirá nosso partido avante. Conquistará novas vitórias rumo a um Brasil soberano, democrático e socialista, que é a razão de ser da nossa legenda”, destacou Renato Rabelo em seu discurso.

Luciana Santos, por sua vez, expressou o seu compromisso e clareza do desafio que assumirá. “Sinto-me honrada e consciente da grande responsabilidade que assumirei neste fim de semana, mas sobretudo, sinto um grande orgulho deste coletivo, dos meus camaradas e das minhas camaradas em todo o país que fazem com que esse organismo, de 93 anos de vida, continue jovem, vivo e pulsante”, destacou.

Ela fez questão de ressaltar os avanços consolidados pelo partido sob a direção de Renato. “Recebemos de tuas mãos, um Partido Comunista forte e influente, contemporâneo, dotado de um Programa Socialista que tem se revelado uma bússola segura neste mar revolto do Século 21, sacudido pela terceira grande crise do capitalismo”, disse.

Desafios do PCdoB

Renato fez uma profunda análise da atual conjuntura política e econômica do país e apontou os desafios do partido nesse processo. “Depois de mais de uma década de grandes transformações pelas quais viveu o Brasil no terreno econômico e social, de avanço democrático, de inserção soberana no contexto internacional, chegou-se a um limite no processo de mudança, intercortado por obstáculos objetivos externos e internos… A grande crise sistêmica, econômica e financeira abalou toda a economia global, atingindo gradativamente e profundamente os países em vias de desenvolvimento, como o Brasil, forçando ajustes em suas economias, provocando refluxos no seu crescimento”.

“Sem a compreensão desse quadro na sua intereza, é parcial, limitada ou de má-fé se chegar as conclusões que concentra toda a responsabilidade dessa situação bastante adversa no governo da presidenta Dilma, com o fito político de desacreditá-la”, pontuou Renato, destacando o grande esforço da presidenta Dilma em proteger a economia nacional.

“O ponto nuclear de nossa tática, pela emergência da situação política, é precisamente defender a democracia, a Constituição e o Estado de Direito. Entendemos que este é ponto de partida para a retomada da inciativa política. E mais, para impulsionar a contraofensiva, a premissa consiste em ampliar e somar forças, políticas e sociais, e não o contrário. Daí a imperiosidade de articular uma frente ampla com todas as forças possíveis na defesa da democracia, da economia nacional e da retomada do crescimento”, completou Renato.