Comunidade libanesa comemora com brasileiros o Dia da Vitória

O 15º aniversário da libertação do Líbano da ocupação israelense – Dia da Vitória – foi comemorado na última segunda-feira (25) com uma atividade cultural na Mesquita do Brás, em São Paulo, organizada pela Associação Beneficente Islâmica do Brasil.

Líbano

Entre os presentes estavam o presidente da Fearab, Eduardo Elias, a editora do site Oriente Mídia, Claude Hajjar, a presidenta do Conselho Mundial da Paz, Socorro Gomes, o presidente do Comitê Municipal do PCdoB em São Paulo, Jamil Murad, o editor do Portal Vermelho, José Reinaldo Carvalho, e representantes das diversas Mesquitas e Igrejas da comunidade árabe residente em São Paulo.

De acordo com a Associação Beneficente Islâmica do Brasil, “o 25 de maio será sempre lembrado pelo povo libanês como o dia da libertação”. Naquele dia, no ano 2000, os sionistas israelenses, a despeito do seu poderio bélico, foram obrigados a se retirar derrotados do Sul do Líbano, encerrando 22 anos de ocupação, ao longo dos quais morreram mais de 20 mil libaneses.

A história da ocupação israelense no Líbano inicia-se em 1978. Um dos episódios mais chocantes da ocupação foi o massacre de Sabra e Chatila, em 1982. Em 1993, invocando falsos pretextos, Israel bombardeou o Líbano, matando 130 pessoas e três anos depois, na operação Vinhas da Ira, morreram mais de 200 pessoas, sob o comando de Shimon Perez, ironicamente um ganhador do Prêmio Nobel da Paz.

A Resistência libanesa foi capaz de unir o povo e mobilizá-lo no combate à ocupação, cuja mais marcante ofensiva militar se deu em 1999, levando os agressores à derrota.

Em julho de 2006, a máscara dos governantes israelenses voltou a cair com a guerra de agressão que não poupou civis, residências, escolas e estradas. Durante 33 dias, os sionistas israelenses transformaram o Líbano num inferno, o que foi considerado pela então secretária de Estado dos Estados Unidos, Condoleezza Rice, como “as dores do parto do novo Oriente Médio”. Mais uma vez, porém, os agressores foram derrotados pela Resistência.

Como assinala a Associação Beneficente Islâmica do Brasil, “a data comemorativa de 25 de maio representa um ato de reconhecimento àqueles que lutaram contra a tirania e um compromisso de continuação da luta pela justiça. Não é uma data a ser comemorada apenas pelos libaneses, mas um dia de orgulho para todos os homens, mulheres e crianças que veem a Resistência libanesa como uma ação honrosa”.

O principal orador no evento comemorativo do Dia da Vitória foi o xeque Assayed Bilal Wehbi. “Os povos da região vivem dentro de um caleidoscópio multirreligioso, onde não há diferenças entre xiitas, sunitas ou cristãos”, disse, assinalando que as aldeias e cidades “são mistas, onde a convivência é pacífica”.

O xeque da Mesquita do Brás destacou o compartilhamento das alegrias e tristezas do povo árabe.

Assayed Bilal Wehbi afirmou que a religião islâmica “não reconhece os atos de barbarismo e crueldade praticados sob o nome do Islã”. Segundo ele, os “terroristas takfiris aprenderam algumas poucas frases do Islã e se promovem difamando esta religião e seus seguidores”.

A autoridade religiosa assinalou que “no Alcorão – livro sagrado dos muçulmanos – está escrito que se deve preservar, cuidar e valorizar as civilizações que nos antecederam, que deixaram um legado rico de história”. E condenou a destruição de monumentos pelos terroristas takfiris em
nome do Islã.

Referindo-se aos acontecimentos na Síria, Assayed Bilal Wehbi afirmou que os episódios que ocorrem em Palmira “merecem toda a nossa atenção para que possamos nos unir e juntos vencer este grande monstro que pensa em nos intimidar”.