“Florakis foi líder popular porque foi comunista”, diz dirigente grego

Os eventos organizados pelo Comitê Central do Partido Comunista da Grécia (PCG) para comemorar o 10º aniversário da morte do camarada Harílaos Florakis culminaram em um ambiente emotivo e de determinação militante.

Líder grego - Reprodução

A atividade do camarada Harílaos Florakis, como secretário-geral do Comitê Central do PCG e depois presidente de honra do partido, deixou sua própria marca na luta heroica do partido. Toda a vida de Harílaos Florakis foi identificada com a trajetória do PCG.

A principal atividade comemorativa realizou-se na última sexta-feira (22), em Atenas, para homenagear Harílaos Florakis, com grande presença de militantes, sobretudo jovens. O orador foi o secretário-geral do Comitê Central do partido, Dimitris Koutsoumpas. O evento foi realizado no Centro Educativo-Biblioteca Harílaos Florakis, criado pelo Comitê Central como centro de apoio a cientistas, historiadores jovens, assim como a trabalhadores que buscam a verdade histórica. Este centro, com seu multifacético material de arquivo, está instalado na casa em que Harílaos Florakis morou. No espaço foi organizada uma exposição de fotografias e de material do arquivo sobre a vida e a atividade de Harílaos Florakis nas grandes greves e lutas em Atenas durante a Ocupação nazista, na Resistência Popular, na Frente de Libertação Nacional, no Exército Popular de Libertação Nacional, no Exército Democrático da Grécia, nos cárceres e no exílio.

No domingo (24), foi realizada uma homenagem a Harílaos Florakis em seu túmulo na sua cidade natal, Paliosoglopi de Karditsa, na região central da Grécia.

No evento político central, na sexta-feira, em Atenas, o secretário-geral do Comitê Central do PCG, Dimitris Koutsoumpas, ao referir-se à vida e à contribuição de Harílaos Florakis, disse entre outras coisas:

“Quando eclodiu a contrarrevolução nos antigos países socialistas, durante e depois desta, dirigentes destacados de muitos partidos comunistas retrocederam e se retiraram, enquanto o camarada Harílaos Florakis foi uma das exceções à regra. Manteve-se firme, defendeu o PC da Grécia contra os que tentaram dissolvê-lo contando com a ajuda e a participação de forças burguesas nos bastidores.

A contribuição de Harílaos Florakis foi decisiva na chamada sessão plenária ampliada do Comitê Central em 1990, assim como no 13º Congresso do PCG (fevereiro de 1991), quando se tentou o ‘grande assalto’ para a dissolução do Partido na organização que era então denominada Synaspismos (Coligação de esquerda). Naquele momento, nosso partido foi golpeado por dentro em nome da ‘renovação’, o que significava a adaptação do Partido Comunista da Grécia ao sistema”.

“Harílaos Florakis dizia: ‘De que renovação falais, camaradas? Há vários tipos de renovação: a renovação revolucionária que se baseia nos princípios fundamentais do comunismo e a renovação que busca o novo, não nos marcos dos princípios, mas fora deles e inclusive contra eles…’”

Dimitris Koutsoumpas destacou também em seu discurso que Harílaos Florakis foi “um filho do Partido Comunista da Grécia”. E acentuou: “O PCG e suas lutas heroicas o distinguiram como líder que foi respeitado não só pelos comunistas, mas também por muitos trabalhadores que não se identificam com a ideologia de nosso partido”.

Dimitris Koutsoumpas, secretário-geral do Partido Comunista da Grécia

Críticas ao Syriza

Kousoumpas referiu-se também aos ataques de “conhecidos representantes da ideologia burguesa e outros, oportunistas e revisionistas da concepção de mundo comunista e da ideologia comunista, falsificadores da história, que falam muitas vezes para supostamente defender Harílaos Florakis, agrupados hoje no Syriza, em suas tendências”. O secretário-geral do PCG ainda destacou: “Estão levando a cabo uma polêmica suja e hipócrita, que se esconde por trás da defesa falsa do marxismo-leninismo e de posições programáticas anteriores do partido. Em vários casos, como costumava dizer o próprio camarada Harílaos ‘estão louvando os mortos para enterrar os vivos’”.

O secretário-geral do Comitê Central do PCG acrescentou que “o desenvolvimento da teoria revolucionária e da política de um partido é a condição prévia para que se reafirme constantemente seu caráter comunista, ou seja, de vanguarda ideológica e política. Isto não significa nem ruptura com sua história, nem imobilismo. Os oportunistas conscientemente refutam a relação dialética entre o passado, o presente e o futuro. Conscientemente mantêm do passado tudo o que se tornou antiquado, tudo o que foi provado e nos proporcionou experiência negativa. Os oportunistas mantêm do passado qualquer coisa que poderia servir de justificativa a seu compromisso com o poder capitalista, com a lógica de sua reforma supostamente em benefício do povo e da participação do movimento operário em alianças para exercer uma governança burguesa contando com o apoio do movimento popular.”

Líder comunista popular

Para concluir, Dimitris Koutsoumpas destacou que “Harílaos Florakis foi um líder popular porque foi comunista; somente esta qualidade podia dar-lhe tudo o que lhe deu, somente esta qualidade podia fazer dele um dirigente popular”.