Paulo Nogueira: Por que a China é um parceiro melhor que os EUA

Para a China, é vital se abastecer de recursos naturais que tendem a ser perigosamente escassos no futuro.

Por Paulo Nogueira*, no Diário do Centro do Mundo

Li Keqiang chega ao Planalto para encontro com Dilma

E para os países que oferecem tais recursos à China falta dinheiro para explorar adequadamente suas riquezas.

Ganha um, ganha o outro, ganham todos.

Adicionalmente, a China investe na infraestrutura dos países dos quais compra recursos minerais, para facilitar o escoamento da mercadoria.

É exatamente isso que se viu, agora, nos acordos fechados com o Brasil.

Dambisa sublinha bem a diferença entre o estilo chinês e o estilo ocidental de colocar dinheiro em nações em desenvolvimento.

Os ocidentais se intrometem e impõem condições muitas vezes terríveis. (Os brasileiros têm memória das exigências do FMI, por exemplo.)

A China, não. Tudo que ela deseja está estampado nos negócios que fecha. A política fica inteiramente de fora: cada sócio que cuide de suas coisas.

Nos países africanos, a China foi adiante como sócia. Para ganhar corações e mentes, perdoou dívidas (o que o Brasil também fez, sob críticas ferozes dos conservadores) e construiu na África escolas, hospitais e coisas do gênero.

Este, enfim, é o jeito chinês de se relacionar com o mundo.

“Os chineses aparentemente aprenderam com os erros ocidentais e dão a seus anfitriões exatamente aquilo que eles querem – dinheiro, estradas, ferrovias – em troca de acesso a recursos naturais”, escreveu Dambisa em seu livro. “Todos os envolvidos triunfam.”

Por tudo isso, é muito bom ver o Brasil fechar negócios bilionários com a China – a despeito das vociferações dos desinformados ou mal-intencionados.

E muito bom não para Dilma ou o PT apenas — mas para o Brasil.