Minas homenageia Renato em plenária para 10ª Conferência do PCdoB 

A emoção marcou o tom da manhã do último sábado (16), na Sessão Plenária em Minas Gerais para a 10ª Conferência do PCdoB. Militantes, afiliados e lideranças do partido reuniram-se no Sesc Venda Nova, junto ao presidente nacional Renato Rabelo, que recebeu das mãos do presidente do partido em Minas Gerais, o deputado federal Wadson Ribeiro, uma placa em reconhecimento à contribuição para o crescimento do partido no estado desde o início da gestão dele em 2001.

Plenária Minas Gerais para 10ª Conferência Nacional do PCdoB - Mariana Viel

Diante de uma plateia de mais de 200 pessoas, entre os deputados federais Wadson Ribeiro, presidente do partido no estado, e Jô Moraes, os deputados estaduais Geraldo Pimenta, Celinho do Sinttrocel e Ricardo Faria, o secretário de Estado de Turismo, Mário Henrique Caixa, o prefeito de Contagem, Carlin Moura, o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) em Minas Gerais, Marcelino Rocha, entre outros, Renato Rabelo destacou: “Estar aqui em Minas me traz a lembrança daquele congresso da UNE de 1966, dessa história de luta que vocês têm aqui, um povo acolhedor e muito solidário”, lembrou. Ao recordar desse fato de quando a entidade estudantil estava na ilegalidade e realizou o encontro no porão da igreja São Francisco de Assis, Renato citou algumas pessoas da platéia que são suas contemporâneas, como a deputada federal Jô Moraes e Dalva Stella, presidente do PCdoB em Belo Horizonte.

Antes de receber a homenagem, o Renato expôs sobre a conjuntura política atual e o momento que vive o partido diante das situações que enfrenta, afirmando aos presentes a necessidade de se manterem convictos nos princípios que regem a história de 93 anos do Partido Comunistas do Brasil. “Para nós, comunistas, nesse momento é muito importante mantermos a natureza do nosso partido, nossa essência para construirmos cada vez mais uma sociedade superior, diferente desse modelo capitalista. E nessa sociedade que almejamos os trabalhadores têm um papel central, como sujeitos dessa nova sociedade”, afirmou.

Nesse momento das prévias para a 10ª Conferência Nacional do PCdoB, o presidente disse que as mudanças que vierem a acontecer na direção devem ter essa convicção com o que orienta o partido. Ele ainda provocou os presentes ao questionar “qual é o lugar político do PCdoB hoje? Qual é o eleitorado do PCdoB? O partido tem de ter um eleitorado próprio, que tenha afinidades com o partido”. Como exemplo, Rabelo citou a experiência do Maranhão, com o governador Flávio Dino que está em pleno processo de formação de um eleitorado a partir da visão política que defende o partido.

O presidente do PCdoB em Minas Gerais, deputado federal Wadson Ribeiro, disse que o PCdoB hoje com sua bancada no Congresso tem uma importante posição de enfrentamento das ideias e propostas dos grupos conservadores que ferem a democracia e direitos dos trabalhadores brasileiros, a exemplo da PL 4330, que trata da terceirização. “É bom situar o papel da nossa bancada, principalmente do papel importante da nossa líder do PCdoB na Câmara Federal, a deputada Jandira Feghali, que tem conduzido a nossa bancada nessas decisões, mesmo diante de atos machistas e fascistas que ela tem enfrentado”, destacou Wadson.

Wadson ainda falou sobre as propostas de reforma política, que independente das mudanças que possam vir a surgir, o partido tem de reforçar a criação de suas chapas próprias diante dos princípios que defende. “Temos que buscar o que garanta a nossa existência, o nosso funcionamento e exercício no parlamento”, disse o deputado, alertando ainda que “nesse momento, nosso partido chega nessa conferência fazendo essa transição de forma unitária, um PCdoB mais forte e com mais influência no cenário nacional. Minas estará na conferência nacional fortalecida. A conjuntura exige um PCdoB que possa disputar o poder de forma real, para ampliar ainda mais na disputa de prefeituras, governos de estado, ocupando mais vereanças, assembleias e o congresso”, enfatizou o deputado.

Frente ampla e a ascensão do Brasil no cenário internacional

Na experiência de mais de 12 anos de um governo progressista iniciado com o ex-presidente Lula e hoje continuado com a presidenta Dilma, Renato Rabelo expôs sobre a importância dos países emergentes que hoje formam o BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – como um importante bloco geopolítico para decidir nas pautas globais, defendendo que a união desses países resulta na crianção de um banco internacional com capital da ordem de US$ 100 bilhões para do desenvolvimento dessas nações, enquanto países preocupados com pautas como a distribuição de renda e integração social. “Não bastar mudar só o Brasil, as mudanças revolucionárias se dão com mudanças globais, senão nada muda. As grandes potências temem o BRICS por reconhecerem a força desses países para disputar o poder mundial”, alertou em grande explanação.

Após falar sobre o panorama político brasileiro no contexto mundial, Renato explicou para os presentes a visão do PCdoB sobre a “Frente Ampla em Defesa ao Brasil”, adotada pelo partido na atual conjuntura, como um grande movimento entorno de bandeiras emergências defendidas pelos grupos de esquerda: 1 – a democracia, com a importância de sustentar o mandato da presidenta Dilma Roussef diante das ameaças de golpe e impeachment ; 2 – defesa da economia brasileira, principalmente da Petrobrás como principal empresa estatal; 3 – retomada do crescimento econômico com garantia dos direitos sociais e dos trabalhadores e ampliação da distribuição de renda; e 4 – o combate à corrupção com o fim do financiamento privado de campanhas eleitorais com contribuições de empresas. Renato enfatizou essas quatro bandeiras e salientou a necessidade do partido e suas bases defenderem a presidenta: “na crise temos coragem de enfrentar a dura realidade e as forças conservadoras. Assim é o PCdoB”.

Representação de Minas na Conferência Nacional

Ao final do encontro defiram-se os delegados por Minas Gerais. Foram eleitos: Celinho Sinttrocel, Geraldo Pimenta, Ricardo Faria, Diogo Santos, Sergio Danilo, Glson Reis, Celina Areas, Pedro Amaral e Mário Henrique Caixa. Como suplentes ficaram: Luiza Lafetá, Murilo Ferreira da Silva, Kerison Lopes, Renata Rosa e Zito Vieira.