Divididos, tucanos recuam e adiam pedido de impeachment

A bancada do PSDB na Câmara recuou da decisão de apresentar um pedido de abertura de processo de impeachment contra a presidenta eleita Dilma Rousseff. Em reunião nesta terça-feira (28), o candidato derrotado Aécio Neves, presidente nacional do PSDB, informou que o partido não tem força para garantir a aprovação do pedido e vai tentar convencer os demais partidos de oposição a apoiar a proposta.

Aécio Neves

“Nenhum passo está descartado, mas não nos precipitaremos. Atuaremos de forma absolutamente responsável”, disse Aécio após o encontro que além do PSDB, reuniu líderes do DEM, PPS e Solidariedade.

Na sexta (25), o líder da bancada tucana na Câmara, o deputado Carlos Sampaio (SP), garantiu que entre os dias 27 e 28 a legenda apresentaria um pedido formal de impeachment, pois, segundo ele, “as provas existentes hoje são provas robustas e o fundamento jurídico é cabal, sólido, tanto na doutrina quanto na jurisprudência".

Mas pelo jeito a robustez das provas apresentadas não conseguiu encontrar consenso entre os líderes dos partidos de oposição na Câmara e marcaram um novo encontro para a próxima semana para tentar chegar a uma solução para o impasse. O próprio PSDB tem divergências com relação à iniciativa. Além do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e os senadores José Serra (PSDB-SP) e Tasso Jereissati (PSDB-CE), juristas tucanos consultado, como o ex-ministro da Justiça do governo FHC, Miguel Reale, afirmaram que não há base jurídica para tal empreitada.

O conselheiro jurídico do PSDB e responsável pela área na campanha presidencial de Aécio, o advogado José Eduardo Alckmin, disse: “Talvez seja bom esperar um pouco para ver o que mais aparece”.

Aécio não quis falar sobre onde está a resistência ao impeachment que divide até os tucanos. “Vamos agir, repito, e esse é o grande fato que eu queria aqui ressaltar hoje, de forma articulada. Os partidos de oposição, no momento em que definirem qual será o próximo passo, farão isso de forma conjunta e acho que o ideal é que não seja apenas manifestação, seja da bancada da Câmara, do Senado ou de instâncias regionais, seja de todo o partido”, disse Aécio.

Depois de bravatear, Carlos Sampaio (SP) não admitiu o fracasso da proposta e saiu da reunião dizendo que as bancadas acataram o “apelo” feito por Aécio para que nenhuma iniciativa fosse tomada antes da reunião conjunta da próxima semana.

“A ideia é que o movimento seja único e mais forte. O nosso receio é que não se torne algo pedido apenas pela bancada”, completou Sampaio.

Leia também:
Tese golpista tucana não tem força nem entre seus juristas

Do Portal Vermelho, com informações de agências