Moro será denunciado ao CNJ por abuso de poder

O jornalista Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania, anunciou, nesta segunda-feira (27), que irá apresentar denúncia contra o juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato, por abuso de poder.

Sergio Moro

“Há muito tempo o juiz Sergio Moro vem despertando indignação de determinados setores da sociedade devido ao fato de que suas ações têm um viés político-partidário e ideológico claro. Além disso, há reclamações diversas quanto ao tratamento que tem dado aos presos, sobretudo na questão de ‘chantageá-los’ para que adiram à delação premiada ou fiquem mofando na cadeia. Tudo isso, porém, é subjetivo. Mas, na semana passada, ele cometeu um erro grave, que escancarou sua postura parcial e até irresponsável no trato das investigações da operação Lava Jato, a prisão indevida de Marice Corrêa”, explicou o jornalista.

Guimarães refere-se à prisão de Marice Corrêa de Lima, cunhada do tesoureiro afastado do PT João Vaccari Neto. Ela teve prisão decretada por Moro, dia 15 de abril, sob a acusação de ter feito depósitos nas contas de Giselda Rousie de Lima, irmã dela e casada com Vaccari.

No entanto, Marice foi libertada dia 23 porque o juiz entendeu que não há mais certeza de que ela fazia os depósitos. O motivo da incerteza foram as imagens de câmeras de segurança fornecidas pelo banco, que mostraram alguém muito parecida com Marice, mas que não era ela.

A defesa de Marice informou que a pessoa filmada realizando os depósitos é Giselda, sua irmã, e apesar de serem muito parecidas por conta do corte de cabelo, a diferença é visível.

“O juiz declarou que não havia dúvida de que as imagens eram verdadeiras. Seis dias depois, ele desdisse tudo que dissera, pois estava provado que essa mulher passou por tudo isso por um 'engano' que a reportagem mostra acima que foi grosseiro, pois é fácil identificar que a mulher do vídeo não é Marice”, enfatizou Guimarães.

Segundo o jornalista, esse é o ponto da representação. “Essa falha revela um juiz que pune primeiro e investiga depois; que se apressa nas decisões por razões não esclarecidas; um juiz que impõe duro castigo a pessoas cuja culpa não está provada e contra as quais, muitas vezes, as evidências são fracas ou inconclusivas”, salientou.

Guimarães informa que a sua proposta recebeu mais de 3 mil comentários de apoio em sua página, que serão usados na denúncia que será apresentada ao CNJ.

Do Portal Vermelho, com informações do Blog da Cidadania