Lula: Não queremos que os direitos dos trabalhadores retrocedam

Durante a abertura do 3° Congresso das Direções Zonais do PT São Paulo, na quadra do Sindicato dos Bancários na capital paulista, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, na noite da última sexta-feira (24), que o PT volte às suas origens, corrija os erros cometidos e dê o exemplo. “O PT precisa errar menos. O PT não pode fazer aquilo que critica nos outros. O PT tem que ser exemplo”, declarou.

Lula na Quadra do Sindicato dos Bancários na capital paulista. - Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula

Em discurso, Lula relembrou os desafios enfrentados na criação do PT e como eram as primeiras campanhas. “A gente vendia utopia para as pessoas que iam nos palanques assistir o nosso partido”, afirmou.

“Vendendo esperança, vendendo futuro, vendendo coisas que nós sonhávamos em construir”, completou.

Lula disse que o PT não foi eleito pelo povo para fazer o mesmo que outros partidos. Segundo ele, a legenda conseguiu, depois de quatro derrotas, convencer a sociedade brasileira que era possível construir um novo país, fazendo as mudanças sociais que o povo tanto clamava.

“Eu fui eleito presidente para cuidar de todos, mas o pobre é o meu predileto porque é pra ele que eu quero governar”, declarou.

O ex-presidente pediu ainda que o PT se comunique mais com a população e mostre porque quis permanecer mais um mandato no poder. “Nós precisamos começar a dizer o que nós vamos fazer neste segundo mandato, qual política de desenvolvimento que vamos adotar”, completou.

“Tem que ser melhor que o primeiro”, afirmou.

Ao defender o governo da presidenta Dilma Rousseff, Lula disse que o atual mandato será concluído de maneira “extraordinária”. O ex-presidente também pediu à militância que se aproxime de Dilma e lute por ela. “Em vez de a gente se afastar, a gente tem que chegar junto e empurrar para que ela continue sendo a presidenta que nós elegemos”, declarou.

Doações

Lula aproveitou a oportunidade para repudiar a condenação antecipada que parte da mídia e da oposição fazem das doações de campanha recebidas pelo PT. Segundo ele, as doações do partido são classificadas como dinheiro “maldito”, enquanto o dinheiro recebido por outros partidos “parece dinheiro de dízimo”.

Terceirização

Lula falou também sobre a PL 4330, o projeto de lei recém aprovado na Câmara dos Deputados, que retira direitos dos trabalhadores e facilita a terceirização. O ex-presidente disse que os trabalhadores precisam se unir, pois "não queremos ver aprovada uma lei que retrocede os direitos dos trabalhadores para antes de Getúlio Vargas". Lula também lembrou aosmilitantes, "não somos nós que estamos precisando do PT, é o PT que está precisando de nós e temos que defender nosso partido".

O presidente do PT Nacional, Rui Falcão, afirmou que a decisão de não aceitar mais dinheiro de empresário para o partido é a oportunidade de voltar ao "caminho que nos construiu". "Um desafio para que nós mesmos, financiemos as nossas ideias".

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, também chamou os petistas a de voltar para os princípios da legenda. "Nós construímos o PT em nome daqueles que não tiveram oportunidades e o nosso compromisso continua. Vamos resgatar essa estrela que mudou e vai continuar mudando o Brasil, a revelia de uma elite incomodada com a inclusão social feita por nós".

O presidente nacional da CUT, Wagner Freitas, chamou uma salva de palmas para a bancada federal do PT que "deu uma colaboração fundamental no enfrentamento contra a PL 4330 na Câmara". Wagner também convocou os militantes para "fazer o maior 1º de maio do estado de São Paulo, para enfrentar o preconceito da direita e continuar lutando pelos direitos dos trabalhadores".

Fonte: Agência PT de Notícias e Instituto Lula