Com água de qualidade duvidosa, Sabesp quer aumentar conta em 22,7%

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) emitiu nesta quarta-feira (15) nota aos acionistas e ao mercado informando que apresentará proposta de reajuste tarifário de 22,7%. “O pleito da Sabesp objetiva cobrir custos de energia e de queda de volume faturado”, acrescentou a empresa.

crise hídrica

A proposta da Sabesp já foi enviada à Agência Reguladora de Saneamento e Energia de São Paulo (Arsesp) e será apresentada em audiência pública no início da noite de hoje. Com novas contribuições que podem surgir na audiência, a agência deverá definir a nova tarifa.

Segundo a Sabesp, o reajuste proposto é composto, entre outros fatores, de 7,80% (referente ao IPCA) e de 13,82% (aumento da energia e da queda do volume faturado). De acordo com a empresa, por causa da crise de abastecimento no estado, a produção de água na região metropolitana de São Paulo caiu de 70 metros cúbicos por segundo (janeiro de 2013) para 52 m³/s (janeiro de 2015).

Volume morto pode trazer riscos à saúde

No mês de março, em declaração à CPI na Câmara Municipal que estuda contratos da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), o promotor de Justiça e secretário executivo do Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente (Gaema), do Ministério Público do Estado de São Paulo, Ricardo Manuel Castro, alertou que o uso da chamada segunda cota do volume morto do Sistema Cantareira poderia causar malefícios à saúde.

"Além dos problemas ambientais, a captação do volume morto tem trazido um crescimento do volume de cianobactérias em algumas das represas que compõem o Complexo do sistema Cantareira. Isso é preocupante do ponto de vista da saúde pública. Temos investigações sobre a qualidade da água do Cantareira e do Alto Tietê para verificar os riscos à saúde púbica e as medidas da Sabesp para corrigir essas distorções”, diz.

Pagar e não levar

Além dos riscos à saúde, outro problema afeta a população: o racionamento existe há mais de um ano e o governo do estado de São Paulo insiste em negar. O resultado será pagar por uma conta mais alta e ter as torneiras de casa secas, ou quando há o abastecimento a qualidade da água é duvidosa, chegando muitas vezes com forte cheiro de cloro ou com alteração de cor.

Laís Gouveia, do Portal Vermelho, com agências