Reunião da executiva da CTB reconhece crescimento e desafios

Aconteceu nesta quinta-feira (9), na cidade de São Paulo, a 16ª Reunião da Direção Executiva Nacional da CTB. O encontro se deu imediatamente depois do Seminário Dilemas e Desafios da Classe Trabalhadora, que reuniu autoridades políticas, acadêmicas e de movimentos sociais para discutir sobre os desafios da conjuntura brasileira atual.

Reunião da executiva da CTB - CTB

Com representantes de todas as regiões do país, a reunião centrou-se na avaliação do planejamento estratégico da CTB para 2015, com falas que alternaram entre os desafios e oportunidades em cada estados brasileiro. O entendimento amplo, assim como na reunião anterior da Direção Nacional, é de que o foco é intensificar o trabalho de fortalecimento das CTBs estaduais, e aí deu-se o devido destaque à fundação do Posto Avançado de Ação Sindical, Social e Institucional (Passi), que coloca a Central em contato direto com os três poderes em Brasília.

No entendimento do Secretário-Geral cetebista, Wagner Gomes, este avanço sobre a capital impõe aos estados a necesssidade de prestar mais atenção aos acontecimento nacionais. “Brasilia sempre foi um local onde evidentemente se decidiu os direitos dos trabalhadores, e hoje este fato ganha mais evidencia ainda, por enfrentarmos uma situação mais difícil. Teremos que ir para Brasília mais vezes para pressionar o Congresso, pressionar o governo. As CTB estaduais podem contribuir com as mobilizações daqui para frente, com representantes que viajem e ajudem a valorizar as manifestações, quando acontecerem”, disse.

Crescimento da central deu tom otimista

Apesar da conjuntura difícil e da derrota imposta aos trabalhadores na quarta-feira, o clima da reunião teve tons otimistas no que tange à última aferição do Ministério do Trabalho e Emprego. Segundo os dados mais recentes, a CTB atingiu em 2014 exatos 10,36% de representatividade entre os trabalhadores sindicados do país, frente aos 9,13% do ano anterior. Com isso, ultrapassou a UGT e tornou-se a terceira maior central, com perspectivas fortes de alcançar os 10,82% da Força Sindical no futuro próximo.

O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais (Fetaemg) e Secretário de Finanças da CTB, Vilson Luiz da Silva, desenhou um cenário positivo para 2015: “2014 foi um ano mais difícil, porque tivemos que priorizar as eleições em um determinado momento. Nós tivemos muitos companheiros que foram candidatos em seus estados, e isso deu uma parada no trabalho. Como em 2015 nós nao temos eleições, nós vamos jogar pesado. Eu vejo em 2015 um ano promissor para aumentarmos nossas filiações de sindicatos não-filiados, vamos crescer com isso”. Ele frisou que mesmo o número de 10,36% pode crescer, ainda em 2015, pois há partes da aferição entre os rurais em que foram registrados números de filiados menores que os reais em 2014.

Avanço conservador exigirá novas estratégias

Números à parte, a reunião foi encarada também como uma oportunidade de traçar a resposta para os retrocessos recentes da vida política brasileira, como a edição das MPs 664 e 665 e a aprovação do PL 4.330/04 pela Câmara dos Deputados. Para a secretária da Mulher Trabalhadora da CTB, Ivânia Pereira, a reunião acontece em um momento muito oportuno: “Antecedendo esta reunião, nós fizemos o Seminário, que trouxe representação dos partidos políticos e de estudiosos da questão conjuntural, e agora a Executiva esta organizando uma estratégia de atuação que dê uma sacudida na organização”.

Ivânia fez uma avaliação crítica da atuação das centrais sindicais entre as eleições de 2014 e o momento atual. “Nós precisamos adequar a organização sindical a este novo momento do Brasil. Nossas respostas e métodos utilizados para responder às crises e aos problemas atuais não estão surtindo o efeito desejado, e as mobilizações estão ficando aquém da necessidade de pessoas nas ruas”, refletiu. “É um momento em que precisamos adequar a organização à esta nova realidade de demandas de mobilizações, de resposta política. Precisamos entender qual é a opinião da classe trabalhadora quanto a esta crise. É um momento ímpar para realizarmos esta reunião”, concluiu.

Nesta sexta-feira (10), a Direção Executiva continuará o encontro com balanço dos estados e formulará, a partir daí, um novo calendário de lutas. Ao término, o Conselho Nacional publicará uma Resolução com o entendimento político da CTB sobre o momento de lutas atual.

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Por Renato Bazan, no portal da CTB