Respeitem o PCdoB por sua gente e por seu sangue derramado, diz Leci

Com o punho cerrado e erguido, os militantes comunistas de São Paulo gritaram em alto e bom som: Viva o Partido Comunista do Brasil. A legenda mais antiga do país completou no último 25 de março 93 anos, mas o ato foi realizado no último dia 30, no Sindicato dos Engenheiros de São Paulo.

Por Ana Flávia Marx

- Eder Bruno

O PCdoB é o partido que mais sofreu com as ditaduras da história do Brasil e, por isso, compreende que o atual momento político é grave e, por isso, reafirma a defesa da democracia e a defesa do mandato da presidenta Dilma Rousseff.

De acordo com Jamil Murad, presidente municipal, os comunistas enfrentaram as lutas mais difíceis nas ditaduras de Getúlio Vargas e Eurico Gaspar Dutra, por isso não se abala em tempos de dificuldade.

“O PCdoB lutou de todas as formas, sem medir sacrifícios; perdeu milhares de companheiros; outros milhares perderam emprego; outros tantos ficaram anos sem ver a família. Essa reunião é um dia de compromisso, porque nós não vamos dar trégua aos inimigos do povo e aos oportunistas”, enfatizou Jamil.

Para Jamil a data é especial e é balizada pelo compromisso de continuar defendendo a democracia brasileira.

O vereador Ari Friedenbach também esteve presente e defendeu a linha adotada pelos comunistas. “Não podemos permitir que privatizem a Petrobrás. Temos que preservar a nossa democracia. Essa tarefa é de todos nós”.

O socialismo no horizonte

A deputada estadual Leci Brandão reafirmou o seu orgulho de fazer parte das fileiras comunistas. “Nós temos uma história limpa. Eu estou tranqüila porque vejo um monte de lista por aí e nós não estamos em nenhuma, por isso eu digo: respeitem o PCdoB, pela sua gente, pelo seu sangue derramado”.

Os comunistas passaram por diferentes situações durante toda a sua história. Da sua fundação, em 1922 até os dias atuais, o compromisso com o povo brasileiro, sua abnegação, seriedade, dignidade são características estruturantes do partidos dos comunistas.

“O PCdoB sempre pautou a sua conduta pela defesa da democracia, dos direitos dos trabalhadores, do desenvolvimento e jamais renunciou à transição ao socialismo”, disse Nivaldo Santana, secretario sindical do Comitê Central do PCdoB.

O dirigente lembrou ainda o momento histórico da comemoração deste aniversário em que há uma campanha que atinge toda a esquerda brasileira.

Segundo Nivaldo, há uma defensiva do campo político que saiu vitorioso nas eleições após uma “verdadeira vitória épica” e que é preciso recompor a base do governo através de uma ampla frente política para reverter esse quadro e repactuar com os movimentos sociais e com o setor produtivo.

O atual cenário político também foi tema da fala da vice- prefeita, Nádia Campeão, que destacou a necessidade de fazer autocrítica para superar os desafios da conjuntura e seguir mudando o país.

“Faz parte reconhecer erros e ter senso autocrítico. Foi assim que aprendemos, com a nossa experiência no período de Getúlio Vargas, com as autocríticas das experiências do socialismo. Temos que mostrar para o povo brasileiro que nós lutamos tanto nos últimos 20 anos que não se pode jogar a água suja com o bebê fora”.

Nádia reafirmou que é preciso mostrar que o PCdoB é uma força mudancista e que seu horizonte é o socialismo. “Sim, é possível continuar mudando o Brasil. E sim, existem forças mudancistas que têm em seu horizonte o socialismo”.

Novas filiações

Durante o ato o Partido ganhou novas adesões. Duas delas foram destaques. A primeira é a advogada Gislaine Caresia, que foi militante da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo na época do Fora Collor e atualmente é da Comissão Especial da Mulher Advogada da Ordem dos Advogados Nacional.

“Eu sempre estive ao lado de militantes do PCdoB, desde muito nova e agora estou aqui para aprender e ajudar a construir esse tão importante Partido”, declarou a nova filiada.

O outro novo filiado é o jornalista Maurício Pestana, que desde muito jovem atuava como cartunista para a Tribuna da Classe Operária, órgão da comunicação partidária. Ele é secretário adjunto da Secretaria de Promoção e Igualdade Racial de São Paulo, colunista do Portal Vermelho e do Diário de S. Paulo.

Maurício decidiu se filiar porque, segundo ele, a legenda tem a cara do povo brasileiro.

“O PCdoB tem a cara do povo brasileiro. E tem a cara negra do povo brasileiro, assim como teve os primeiros e melhores parlamentares negros desse país”, declarou.