Sistema político elitista precisa ser combatido, defende Wadson

Em entrevista à Rádio Vermelho, o deputado federal Wadson Ribeiro (PCdoB/MG), refletiu sobre a luta em curso, a investidade dos setores conservadores, o papel dos meios de comunicação e sobre o papel da bancada comunista no Congresso Nacional na defesa dos direitos, das reformas e da democracia

Joanne Mota, da Rádio Vermelho

Reformas estruturais - PCdoB - Reprodução da Internet.

Ao ser questionado sobre a nova composição do Congresso Nacional que, segundo pesquisas, é a mais conservadora desde 1974, o parlamentar comunista respondeu: "Esse congresso é fruto de um sistema político elitista que precisa ser combatido. Ele não é somente o Congresso mais conservador, mais que isso, ele é o mais rico também. Essa realidade revela os desafios dos represetantes dos setores populares e progressistas em luta em Brasília", esclareceu ele.

Perigo para os trabalhadores

Ao falar sobre a redução da bancada dos trabalhadores, o deputado mineiro avisou que esse retrocesso impacta diretamente no avanço de pautas importantes, como a redução da jornada de trabalho. Ou de um lado contra os trabalhadores, poder possibilitar o avanço da nesfasta lei da terceirização.

"Nesse momento a pressão social é fundamental. A realidade que falamos agora é a prova cabal de que urge realizarmos uma reforma política ampla e democrática, que tenha como premissão o fim do financiamento empresarial de campanha. O que há contra nós? A composição adversa impõe barreiras duras para que esse projeto avance", afirma Wadson.


Combate à intolerância

Outra preocupação, pondera o deputado, é o franco avanço do pensamento intolerante à algumas matrizes religiosas e o fomento do pensamento homofóbico. Ele também destaca que entre as bancadas que mais avançaram, está a bancada da bala, que faz coro firme no Congresso pela aprovação da redução da idade penal.

"Esse cenário convoca não só os comunistas, mas todos que compõem o campo popular e progressista a promover saídas que coloquem o Brasil para frente. A organização e mobilização social também é fundamental, bem como a efetiva realização das reformas. Começando pela reforma política e pela taxação das grandes fortunas – reforma tributária –, até as reformas da mídia, da educação, da saúde, agrária", lembrou o Wadson ao sionalizar o que está em jogo na luta em curso.

Luta internacionalista

Na oportunidade, o parlamentar comunista falou sobre sua nomeação para presidir o Grupo Parlamentar Brasil-Países Árabes. "Cooperação e defesa da soberania e autodeterminação dos povos será foco do nosso trabalho à frente do Grupo Parlamentar será combustível para a nossa atuação", declarou.

Ele ainda lembrou que o PCdoB já possui significativa atuação no campo da relações exteriores e citou como exemplo as contribuições dos ex-deputado federal Jamil Murad (PCdoB/SP) e da deputada federal Jandira Feghali (PCdoB/RJ), bem como a forte atuação, neste momento, da deputada federal, Jô Moraes (PCdoB/MG), à frente da presidência da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional.

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Wadson também falou sobre reunião ocorrida no último dia 11 de março, que contou a a participação Delegação Parlamentar do Reino da Arábia Saudita. O encontro discutiu o estreitamento das relações de amizade e cooperação entre os respectivos parlamentos, buscando o aprofundamento do diálogo interparlamentar.

"Esse encontro torna-se central nesse momento, especialmente, quando observamos a atuação do imperialismo naquela região do globo. Numa tentativa perversa de associar o islamismo à movimento terroristas, a mídia internacional, lastreada no imperialismo, cria estereótipos e isola toda uma região", denunciou o parlamentar ao renovar sua solidariedade aos povos vítimas desse tipo de investida.