Manaus vai às ruas e diz ‘Não ao Golpe!’

 Em Marcha, 3500 pessoas foram às ruas, hoje, em Manaus, levantar as bandeiras e dizer ‘Não ao golpe’, no Dia Nacional de Luta pela Manifestação Democrática, em Defesa da Petrobras e do Brasil e pela Reforma Política.

Ato em Manaus - Juliana Belota

(Manaus) O mote das manifestações, neste 13 de março, Dia Nacional de Luta, em todo o Brasil, foi a garantia da democracia, e o ‘Não’ severo da população, quanto à tentativa de um golpe para tomar de assalto o poder, colocando em cheque a presidenta Dilma, eleita nas últimas eleições de 2014.

Manaus se somou as 26 capitais que realizaram a marcha, no dia de hoje, manifestando-se pela democracia brasileira. Para o diretor da União Nacional dos Estudantes, Yann Evanovick, o ato hoje se tornou simbólico para a democracia brasileira, porque o movimento popular e seus atores sociais, que são herdeiros da boa luta que construiu a Petrobras, enfrentou a ditadura Militar, e redemocratizou este país, se posicionou maciçamente para dizer que não vai deixar levar no grito.

“O ato teve como eixo principal a defesa da democracia, a defesa da Petrobras e a luta contra a corrupção. O movimento popular, neste ato, afirmou com muita força o “Não” a qualquer tentativa de golpe”, afirma.

Para o líder estudantil, quem defende a democracia jamais irá propor de forma irresponsável, um impeachment, sem que haja qualquer fato ou indício que comprove que a presidenta da república cometeu algum crime, no exercício do seu mandato.

“Não havendo isso, se torna um devaneio, se torna até criminoso, diante da democracia, qualquer defesa neste sentido”, adverte e acrescenta:

“O ato de hoje é uma resposta à vontade histórica do PSDB de privatizar a Petrobras, que é uma empresa que investe fundamentalmente, na educação, no Brasil”.

O presidente estadual da União Estadual dos Estudantes (UEE), Caetano Júnior, também se manifestou e afirmou que o ato foi uma resposta à tentativa da Rede Globo tentar manipular a opinião pública, nos últimos dois meses, tentando criminalizar o governo.

“Estamos assistindo a um movimento tendencioso e perigoso, no país, quanto a uma tentativa de tomada de poder pela direita.

É necessário defendermos a democracia do nosso país, a partir do momento que vemos algo desta natureza ocorrer”, afirma e pergunta: como é que sem nenhum tipo de argumento jurídico, se ameaça o estado democrático de direito, que foi conquistado com muita luta e muito sangue, durante a ditadura militar?”.

Para o estudante, a consolidação da democracia das nossas instituições é necessária para que possamos construir um país melhor para a sociedade brasileira. “O movimento estudantil foi e irá para as ruas defender a democracia, em nosso país, as nossas instituições democráticas, a constituição brasileira e a Petrobras, empresa brasileira, que tem sob sua responsabilidade a exploração do pré-sal”.

Caetano Junior lembrou que, de acordo à Lei de Partilha, adotada para exploração do petróleo, no Brasil, a partir do governo Lula, 50% dos recursos oriundos desta exploração, irão para o Fundo Social da Petrobras e serão aplicados na educação e na saúde do povo brasileiro. “A Petrobras tem um papel estratégico muito importante para o desenvolvimento do Brasil”, conclui.

Estiveram presentes na manifestação, as Centrais Sindicais (CTB, UGT, CUT, e Força sindical), o Sindicato dos Petroleiros (Sindpetro), Sindicato dos Metalúrgicos, Sindicato dos Servidores Públicos Federais (Sindsep-AM), Sindicato dos Vigilantes, o Sinteam, o Sindicato da Construção Civil, Sindicato dos Urbanitários, Sindicato dos Trabalhadores Químicos, Sindicato dos Jornalistas, Sindicato dos Rodoviários, a Federação Única dos Petroleiros (FUP), Central do Movimento Popular (CMP), o movimento estudantil (UNE, UBES, UEE, UJS, UMES, DCE/UEA, JPT), o movimento de mulheres (UBM), Unegro, Instituto Ganga Zumba, partidos políticos (PCdoB e PT), a Confederação das Associações de Moradores (Conam), o FCDA, e o Movimento por Moradia Popular.

Eron Bezerra denuncia golpismo

O presidente estadual do PcdoB, Eron Bezerra, discursou sobre a tradição de corrupção que envolve historicamente a direita no Brasil. “Quem rouba é a direita corrupta, quem rouba são os empresários. Eles manipulam meia dúzia de inescrupulosos. E, por isso, nós estamos aqui, para deixar bem claro que nós não compactuamos com a corrupção”.

O líder partidário lembrou que a direita tem promovido todo tipo de bandalheira, no país, e afirmou que a Petrobras não pode ser confundida. “A Petrobras é a maior empresa do país, e uma das maiores do mundo, emprega milhões de trabalhadores e nós não podemos permitir que a direita use como pretexto o caso isolado de umas ratazanas, para privatizar a Petrobras, porque o que querem, na verdade, é entregar a empresa nas mãos dos americanos”, alerta.

Quanto ao risco de golpe, anunciado pelos partidos de direita, Eron Bezerra afirmou que a direita perdeu a eleição e não está conformada com isto. “Eles não querem acabar com a corrupção, eles sempre roubaram, neste país, o que querem é tomar de assalto o governo”, diz.

Para ele, o povo já disse ‘não’ à direita. “Disse ‘não’ porque quando eles governaram viviam de cócoras diante do Fundo Monetário Internacional, sendo manipulados pela empresa americana, a CIA. E é por isso que nós estamos aqui, com chuva ou sem chuva, porque nós queremos a manutenção da democracia neste país, com a Dilma presidenta, a primeira mulher a governar o Brasil”.

Para concluir, o comunista esclareceu qual a única maneira de acabar com a corrupção. “Os empresários que financiam campanhas querem este dinheiro de volta, com juros e correção monetária e é isso que provoca a corrupção e a única maneira de acabar com a corrupção, portanto, é acabar com financiamento empresarial de campanhas”, diz e acrescenta: “as empresas não podem ficar mandando neste país”.

Presidente da CTB, Isis Tavares, defende direitos trabalhistas

Durante a manifestação, a presidente da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Isis Tavares, lembrou que o ato não pode deixar passar em branco, a perda de direitos trabalhistas historicamente conquistados.
“Estamos nas ruas, também, em defesa da manutenção dos direitos conquistados pelos trabalhadores, ao longo dos anos, e da extinção das Medidas Provisórias (MP 664 e MP 665), que atacam benefícios como seguro-desemprego, auxílio pensão e abono salarial.

Da redação do Portal do Movimento Popular

Juliana Belota