Em discurso nos EUA, Netanyahu ataca acordo com o Irã

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, atacou, no Congresso estadunidense, as negociações sobre o programa nuclear iraniano. Em um discurso realizado nesta terça-feira (3), diante de deputados e senadores, o mandatário israelense deixou claro discordar de um acordo com o país persa. Ele defendeu, não apenas, a imposição de mais sanções, como insinuou concordar com posições belicistas contra os iranianos.

Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu

Durante sua fala, Netanyahu fez acusações ao projeto do Irã afirmando, embora não exista nenhuma prova, de que os planos persas visam apenas a destruição de Israel. Ele comparou ainda a nação iraniana ao Estado Islâmico, grupo extremista que tem realizado atos de grande violência em regiões da Síria e do Iraque.

Sem apresentar argumentos ou provas que explicassem a sua posição, tampouco alguma proposta alternativa, o líder israelense apenas classificou como erro permitir que o Irã desenvolva um programa nuclear, aliás, o primeiro-ministro deixou claro que não concorda com nenhum tipo de encontro com os iranianos, apesar de o país persa, repetidas vezes, ter garantido que seus projetos atômicos possuem fins puramente pacíficos e energéticos.

O primeiro-ministro está nos EUA desde o domingo (1º/3). Além de conversar com os congressistas estadunidenses ele também tem participado de reuniões com membros da comunidade israelense no país.

No entanto, a presença de Netanyahu causou uma saia justa nas relações diplomáticas entre os dois países, tradicionais parceiros. O mandatário foi convidado para discursar pelo presidente da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner, do partido opositor ao governo de Barack Obama. Além disso, o presidente estadunidense não foi consultado sobre a visita.

Embora tenha tentado amenizar a situação, a própria Casa Branca admitiu que o líder israelense apresentou apenas um discurso sem propostas concretas, além de dar a entender que o primeiro-ministro, que participa de uma eleição em seu país nas próximas semanas, estava tentando se promover e ganhar pontos no pleito. As negociações com o Irã contam com a participação dos EUA, da Alemanha, da Rússia, da China, da França e do Reino Unido.

Da redação do Portal Vermelho