Dilma reafirma compromisso com "uma das cidades mais bonitas do mundo"

A presidenta Dilma Rousseff discursou neste domingo (1º/3) durante a cerimônia de inauguração do Túnel Rio450, no Rio de Janeiro, e disse que o compromisso do governo "é unir o morro ao litoral". Dilma reafirmou as parcerias entre os governos federal, estadual e municipal e as empresas privadas e também reforçou a importância de unir a cidade.

Dilma RIo450 anos

"Acredito que a afirmação da cidade do Rio de Janeiro é algo importantíssimo para todos nós. E nós estamos provando aqui que uma transformação de porte é possível, combinando parceria público-privada. Aqui combinamos recursos do governo federal, do governo do estado, da prefeitura e da iniciativa privada. Isso é muito importante, porque gera emprego, qualidade de vida e gera melhor mobilidade urbana e melhor ocupação cultural e de lazer de uma cidade", disse.

Leia a íntegra do discurso:

…O aniversário de uma jovem senhora de 450 anos, como é a cidade do Rio de Janeiro, ela é um momento também para a gente refletir. Uma parte importantíssima da história do Brasil passou-se nessa cidade, em especial, na área que hoje está sendo revitalizada, modernizada e transformada.

Não só a parte triste como disse o nosso querido prefeito, que é a parte da escravidão que está representada no Valongo, mas sobretudo os momentos de afirmação. Primeiro, de afirmação da Independência que é a coroação do Dom Pedro, que ocorreu aqui. Depois, a Proclamação da República, que ocorre na Praça da República, onde também, anos depois, quase um século depois, nós vamos assistir o comício das reformas de base do presidente João Goulart.

Em seguida, na Candelária, nessa região também do Rio de Janeiro chamada centro histórico, nós vamos ter grandes comícios como foi o comício das Diretas Já e todo o processo de democratização do Brasil, de redemocratização do Brasil. Portanto, nós temos várias razões para que essa obra… Nós aqui estamos inaugurando uma obra, mas ela faz parte de um complexo que é a operação Porto Maravilha. E eu acredito que essa operação Porto Maravilha, e aí a importância do prefeito Eduardo Paes em ter liderado essa transformação, ela diz respeito a vários aspectos. Um aspecto é o aspecto urbano, devolver para a população aquilo que tem de mais bonito na cidade do Rio de Janeiro que é o fato de nós termos essa combinação de mar, praia e termos montanhas e o verde.

Aqui nós estamos agora recuperando a orla, recuperando para a população e para a cidade do Rio de Janeiro a orla histórica dessa cidade, que foi o centro histórico do Rio de Janeiro. Ao fazer isso eu acredito que a prefeitura do Rio de Janeiro se coloca na vanguarda, na vanguarda internacional das transformações urbanas. Tenho certeza que, apesar de várias cidades terem recuperado as suas zonas portuárias, nenhuma delas recuperaram ao mesmo tempo o centro histórico de um país, o coração onde esse país começou a viver e a bater. Eu sei, Eduardo, que a saída da capital do Rio de Janeiro trouxe um risco para a cidade, mas ao mesmo tempo trouxe também a possibilidade de se transformar na cidade mais querida do Brasil. Porque eu não sou aqui do Rio. Eu não sou que nem o Pezão, que sou carioca, descobri que o Pezão é carioca hoje, para mim ele era da República do Piraí, mas eu venho de um estado que sempre olha, de um estado onde eu nasci e de outro que me adotou, que sempre esses dois estados olham para o Rio como uma referência. Um deles é Minas Gerais, o outro é o Rio Grande do Sul. Essa cidade é uma cidade amada por todos os brasileiros. Então eu acredito que a afirmação da cidade do Rio de Janeiro é algo importantíssimo para todos nós. E nós estamos provando aqui que uma transformação de porte é possível, combinamos a parceria público privada, nós aqui combinamos recursos do governo federal, do governo do estado, da prefeitura e da iniciativa privada. Isso é muito importante porque gera emprego, gera melhores condições de vida e gera melhor mobilidade urbana e a ocupação cultural e de lazer de uma cidade. Então, eu fico muito feliz de estar aqui, esse… eu fiz a travessia do túnel, um túnel que tem 40 metros [1.480 metros], que preserva todos os edifícios históricos que estão na superfície e que mostra um verdadeiro cuidado, uma atenção especial em se fazer obra de mobilidade urbana se preservar aquilo que uma cidade tem de muito caro, que é, por exemplo, o museu que eu tive aqui com vocês, o Museu do Mar, ali, que eu tive aqui na inauguração e que vai ter todo um contorno, com a derrubada da perimetral, um contorno cultural, que vai permitir que a cidade tenha ainda mais vida se isso é possível aqui, falar em mais vida no Rio de Janeiro. Eu também cumprimento o prefeito por ter inaugurado em Madureira, o Palácio. Acho que é uma demonstração que o Rio tem vários corações e eles batem simultaneamente. Porque o Palácio Madureira faz algo que eu considero importantíssimo e que nós sempre buscamos quando fizemos, por exemplo, o teleférico lá no Alemão, que é acabar com a divisão morro-litoral. Essa divisão morro do litoral era uma divisão social também. Colocar o Palácio lá em Madureira mostra que a cidade está buscando a sua unidade, que ela está construindo essa unidade de forma também administrativa e política. Por isso também, eu dou os parabéns ao Eduardo por essa iniciativa.

E, finalizando, eu quero dizer para vocês que nós temos o compromisso aqui de transformar as condições da cidade do Rio de Janeiro. Assumimos esse compromisso e eu fiquei muito feliz no ano passado, se eu não me engano, em junho, quando eu vim aqui inaugurar a Transcarioca, que corta a cidade transversalmente e permite que milhares e milhares… hoje é 400 mil pessoa, tenham transporte de qualidade. Eu voltarei aqui várias vezes, voltarei aqui para outras inaugurações.

Agora, Pezão, nossa linha 4 do metrô, que eu tenho orgulho de sempre dizer que sai de Ipanema via Rocinha – é via Rocinha, porque o nosso compromisso é esse, de unir o morro com o litoral, algo que foi separado não pela geografia, mas por decisões políticas que dividiram a cidade. Eu acho que se pode caracterizar essa gestão, no que se refere ao Rio de Janeiro, tanto do Eduardo como do Pezão, como uma gestão que procurou unir a cidade, e no que se refere ao governo federal, unir o Brasil junto à cidade e ao estado. Por isso, eu agradeço a vocês e tenho certeza que essa comemoração dos 450 anos, ela abre um caminho para gente comemorar os próximos 450 anos garantindo que essa seja a cidade, uma das cidades – eu não vou fazer a cidade mais porque eu não posso ser igual a você, não é, Eduardo? Mas uma das cidades mais bonitas do mundo. Um abraço para todos.

Fonte: Jornal do Brasil