Gestão da Subprefeitura do Jabaquara é marcada por participação social

Além de diálogo com a comunidade, o Subprefeito Wander Geraldo (PCdoB), afirma que a integração das ações da Prefeitura é chave para resolver os problemas e elevar a qualidade de vida do povo.

No próximo dia 28 de fevereiro, o distrito do Jabaquara completará 51 anos de emancipação. A região pertenceu a uma das sesmarias de Padre José de Anchieta, um dos fundadores da cidade de São Paulo. Foi passagem para Santo Amaro, Borda do Campo e para aqueles que desciam a Serra do Mar.

Aniversário do distrito no ano passado teve a participação de milhares de pessoas

O nome Jabaquara vem do tupi-guarani YAB –A-QUAR-A e significa rocha e buraco e por abrigar os escravos que fugiam de seus senhores também adquiriu significado de “Mata dos Negros Fujões”. Essas características – a de ser passagem e de ter abrigado os negros – influenciam até hoje na identidade do povo que mora ou que, de tanto passar, acabou se fixando por ali.

Por sua origem e história, a região tem diversos desafios e faz com que a lista de preocupações do Subprefeito seja grande. Tem desde vazamento da Sabesp, provocado por um trabalho da Congás, até as adequações no sistema de trânsito. “A nossa pauta diária é diversificada, mas os principais problemas são: a regularização dos comércios, problemas de pode de árvores, com o sistema de drenagem e a zeladoria de áreas reservadas pela Prefeitura para programas habitacionais, como o projeto água Espraiada”.

Wander fala aliviado sobre a Avenida Água Funda que sempre alagava e que neste ano a Subprefeitura conseguiu resolver o problema. “Neste ano tivemos menos problemas com a chuva porque fizemos mais intervenções de drenagem e proteção de encostas”, comenta.

Gestão da Subprefeitura

Conversa com os moradores da Vila Guarani De acordo com o Subprefeito, a fórmula para resolver os problemas é apostar na integração dos poderes, secretarias e estimular a participação da população. No Conselho Participativo – criado nesta gestão – as lideranças acompanham desde as definições das metas, a elaboração e a execução das políticas públicas. “O Conselho já fez 18 reuniões, em que convidou e ouviu as principais secretarias sobre as metas”.

“Desde o início da gestão fizemos dois caminhos: um de estudar o orçamento da Subprefeitura e quais seriam as melhorias que realizaríamos. Durante os dois últimos anos fizemos intervenções baseadas nos fóruns locais, que reunimos a população e o conselho participativo. São esses espaços que definem a prioridade da Subprefeitura”, aponta.

O outro caminho foi articular os recursos das secretarias gerais com as demandas da região, principalmente entre as secretarias que jogam papel estratégico, como a de Serviços Urbanos, de Habitação, Obras e Cultura. Com Simão Pedro na inauguração da Praça Wifi

“Gradativamente o prefeito vai dando mais autonomia a partir da política realizada centralmente pela prefeitura e da vice-prefeita, Nádia Campeão. Tem mais recursos direto e indiretos, com direcionamento de ações das principais secretarias”, demonstra o Subprefeito.

O calcanhar de Aquiles continua sendo a comunicação. Wander acredita que “o governo municipal não consegue divulgar com intensidade as conquistas que estão sendo executadas pela gestão”.

“A comunicação é um problema de todos os membros da máquina pública. Como enfrentar a desinformação que a grande mídia planta e que nem sempre diz a verdade sobre o que está acontecendo? A máquina pública precisa cada vez mais, em uma cidade como São Paulo, de canais próprios de comunicação com a sociedade”, propõe Wander Geraldo.

Gestão Haddad e a batalha para conquistar a opinião pública

A gestão de Fernando Haddad teve durante os seus primeiros cem dias melhores, aprovação recorde, porém foi só começar as manifestações acerca do passe livre, em 2013, que seu índice caiu bruscamente. Desde então, Haddad não consegue superar a batalha para conquistar a opinião pública.

Para o Subprefeito do Jabaquara, as manifestações não acertaram somente o governo municipal e sim todo o mundo político foi abalado na opinião pública. “Faltou também comunicar os projetos que eram prioritários para o Prefeito, que ainda estavam sendo elaborados, que dependiam de articulação e financiamento do poder público federal e além de colocar isso em execução, faltou uma melhor comunicação sobre essas questões”.

Mesmo sobre essa questão das enchentes , os projetos de média e grande drenagem urbanas tem recebido recursos do PAC. “Então, é uma articulação federal que antes não existia com essa intensidade. Projetos de construção de creches, escolas e UBS são projetos em andamento que ganharão mais visibilidade e com certeza melhorarão a opinião sobre o governo”, esclarece.

Para Wander, o ano das passeatas também foi marcado por reveses político e jurídicos. “Nós enfrentamos no ano passado a batalha política e jurídica que não permitiu a atualização da planta genérica do IPTU e retirou muitos recursos diretos e indiretos de investimento. A renegociação da dívida, batalha que o prefeito Fernando Haddad liderou nacionalmente vai permitir investimentos em áreas estratégicas”.

Até agora a região recebeu o hospital Santa Catarina onde funcionava o Hospital Santa Marina, uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Há a previsão de construção de creches, novos convênios com CEI’s, a implantação de corredores de ônibus e continuar com as obras para combater as enchentes.

Operação Urbana Água Espraiada

A operação consorciada foi a primeira aprovada após o Estatuto da Cidade. Os recursos para garantir uma série de ações são fruto da venda de de CEPAC´s (Certificados de Potencial Adicional de Construção) e outros investimentos da Prefeitura.

Segundo Wander, “o projeto está andando e está na fase de desapropriação dos terrenos – de 46 terrenos já tem 30 para iniciar as obras”. Das 70 ocupações de movimentos de moradia, a operação contempla 19.

“Nesta fase começam outros tipos de problemas, pois na hora que desapropria, passa a ser responsabilidade da Prefeitura e o risco de ocupação é grande. Nós temos que preservar áreas para garantir o projeto habitacional. Mesmo sendo um projeto da Secretaria de Obras, compartilhamos a zeladoria das áreas”, esclarece.

Transporte

O transporte na região melhorou, mas ainda está aquém do que precisa ser para atender a população com rapidez, qualidade e eficiência. Para o Subprefeito, a ciclovia é uma opção e uma forma de integrar os modais de transporte, mas a melhoria esperada acontecerá com a construção de corredores de ônibus e ampliação das faixas exclusivas, que hoje já conta com 30 quilômetros.

“É uma política que tem dado certo porque coloca a bicicleta como uma opção de transporte em uma região pequena e faz com que o trabalhador, por exemplo, tenha opção de vir da sua casa até o metrô e daqui utilizar outro modal de transporte”, afirma Wander.

Por Ana Flávia Marx, da redação do Vermelho-SP