Irã e EUA retomam negociações nucleares nesta sexta-feira

O Irã e os Estados Unidos retomarão nesta sexta-feira (20), em Genebra, as negociações bilaterais para avançar para um acordo nuclear.

G5+1 e Irã - AP Photo

O vice-chanceler iraniano Abbas Araqchi assinalou que viajará à cidade suíça junto com seu homólogo Majid Takht-Ravanchi para manter conversas com a diplomata Wendy Sherman, que liderará a delegação estadunidense dentro do denominado Grupo 5+1.

Araqchi, vice-ministro de Relações Exteriores para Assuntos Legais e Internacionais, e Takht-Ravanchi, com igual condição para Assuntos Europeus e Americanos, procurarão diminuir a brecha com sua contraparte no que tange às sanções econômicas impostas à república islâmica.

O Irã mantém negociações com o G5+1 (os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha) para um acordo final e abrangente sobre seu programa atômico, mas as sanções econômicas e a capacidade iraniana de enriquecimento de urânio figuram como os temas mais espinhosos.

Segundo Araqchi, o ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, e o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, se somarão às reuniões no domingo (22) e segunda-feira (23) depois de finalizar o segmento de vice-chanceleres, e depois poderiam ser incorporados os demais membros do G5+1.

Entretanto, a porta-voz da chancelaria persa, Marzieh Afkham, esclareceu que o entendimento político entre o Irã e o chamado Sexteto – que se espera obter em março – não interfere em nada na assinatura de um acordo abrangente, previsto no mais tardar para o dia 30 de junho.

Afkham explicou que em novembro decidiu-se continuar os diálogos até junho e na atualidade se tem um acordo único, pelo que está fora da agenda um pacto em duas etapas, ainda que isso não afetará um entendimento sobre questões políticas.

Vários meios noticiosos norte-americanos empregaram o termo "acordo político" em lugar de "entendimento político", mas "para todo mundo está claro que haverá só um acordo", apontou ao comentar que dimensões técnicas do eventual arranjo foram tratadas com amplitude.

Por seu lado, o ex-ministro iraniano de Inteligência Heydar Moslehi qualificou de dever nacional de cada iraniano respaldar o desempenho da equipe negociadora do acordo nuclear com o G5+1, em clara rejeição a críticas de setores conservadores que consideram que se fizeram demasiadas concessões.

O presidente do parlamento, Ali Larijani, sublinhou que o Irã se opõe a outra prorrogação das conversas, enquanto Mohammad Nahavandian, chefe de despacho do mandatário Hassan Rouhani, considerou um "grande erro" que Washington tenha remetido ao Conselho de Segurança da ONU a disputa nuclear.

Fonte: Prensa Latina