Morte do jornalista Dedé de Castro causa grande pesar

A morte do jornalista Edmundo "Dedé" de Castro, ocorrida na última segunda-feira (09/02), causou grande pesar no meio jornalístico, político e cultural cearense. Um dos ícones da imprensa cearense, Dedé faleceu aos 93 anos e foi enterrado no mesmo dia. O Sindicato dos Jornalistas e a Secretaria de Cultura do Estado emitiram notas de pesar.

O jornalista José Edmundo de Castro, conhecido como "Dedé de Castro", morreu em decorrência do agravamento de uma pneumonia. Figura lendária no jornalismo cearense, Dedé conta três Prêmios Esso no currículo e já passou por várias redações de jornais do Ceará, além de trabalhos em Brasília e no Piauí. 

Natural de Itapipoca, Dedé nasceu em 16 de novembro de 1921, no sítio Garguê. Ele trabalhava no Sistema Verdes Mares desde os anos 80, mas também passou pela Tribuna do Ceará, O Estado, Unitário, Mutirão e Gazeta de Notícias.

Durante a ditadura militar (1964 – 1985), Dedé atuou contra o regime ditatorial, assumindo o rótulo de “comunista”. No Mutirão, assinou a coluna "O Cacete do Dedé", mas não foi preso e manteve a militância por onde passou. Com fama de boêmio, familiares dizem que ele nunca ligou para os prêmios conquistados.

Para o vice-presidente do PCdoB-CE, Benedito Bizerril, um dos fundadores do "Mutirão", Dedé de Castro foi um respeitado jornalista da imprensa cearense, deu fundamental contribuição no jornal Mutirão, fazendo da sua coluna "Cacete do Dedé" uma referência no enfrentamento à ditadura e na defesa das reinvindicações mais sentidas da população. Bizerril lamenta a perda e considera que "Dedé de Castro será sempre lembrado não apenas por grande qualidade profissional, mas também por sua postura notadamente aguerrida diante dos poderosos e por seu compromisso na defesa de uma imprensa verdadeiramente indepedente e identificada com os interesses maiores do Brasil e dos brasileiros".

Notas de pesar

Secult

A Secretaria da Cultura do Estado do Ceará manifesta profundo pesar pelo falecimento do jornalista Dedé de Castro, nome destacado da comunicação e da cultura em nosso Estado. Dedé prestou enorme contribuição, ao longo de décadas de trabalho, para um jornalismo ético, atento e de profundo compromisso social.

A responsabilidade da profissão e a vocação de consciência e coragem para cumprir seu papel de dar voz a quem precisa, lançar luz sobre a realidade e promover os grandes debates de nossa sociedade encontraram em Dedé um exemplo e uma referência, para várias gerações de jornalistas e leitores.

Além desse importante legado de exercício profissional e formação de novos jornalistas, Dedé de Castro sempre foi reconhecido pelo diálogo inteligente, pela participação no cotidiano da cultura e da comunicação, pelo humor e pela critica, pela generosidade em compartilhar com os jovens os ensinamentos amealhados ao longo de toda uma vida. A Secult se solidariza com parentes, colegas, amigos e leitores e presta homenagem a Dedé de Castro, eterno mestre do jornalismo cearense.

Guilherme Sampaio
Secretário da Cultura do Estado do Ceará

Sindjorce

É com profundo pesar que o Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce) comunica o falecimento do jornalista José Edmundo de Castro, o Dedé de Castro, ocorrido ontem (8/02), aos 93 anos. O velório acontece na funerária Ternura e enterro será às 16h, no cemitério Parque da Paz. Que Deus console familiares e amigos.

Dedé de Castro nasceu em 16 de novembro de 1921, no Sítio Garguê, em Itapipoca, município localizado a 145 km de Fortaleza. Era filho de Raimundo de Castro, que foi prefeito de Itapipoca. Já rapazote, veio para a Capital, porém nunca esqueceu a terra natal.

Em Fortaleza, o jornalista trabalhou, inicialmente, com Jáder de Carvalho. Foi em um “panfleto de esquerda”, dizia Dedé, onde todos trabalhavam e ninguém recebia salário. Depois trabalhou no O Estado, Tribuna do Ceará, Gazeta de Notícias, Unitário, Mutirão e vários outros jornais, até que foi convidado por um dos seus ex-discípulos, jornalista Francisco Bilas (já falecido), na década de 1980, para o jornal Diário do Nordeste, recém-fundado pelo industrial Edson Queiroz.

Dedé conta três Prêmios Esso no currículo e já passou por várias redações de jornais do Ceará, além de trabalhos em Brasília e no Piauí.

Com informações do jornal O POVO.