Trabalhadores de Fortaleza aderem ao Dia Nacional de Lutas

Diversas categorias se juntaram às manifestações do país inteiro em defesa dos direitos dos trabalhadores.

Dirigentes sindicais, militantes e trabalhadores de base se juntaram às Centrais Sindicais e Movimentos Sociais, unindo forças em apoio aos protestos realizados em todo o país para condenar o anúncio feito pelo governo federal que reduz conquistas trabalhistas.

A manifestação realizada na manhã da última quarta-feira (28/01), em frente à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE/CE), fez parte Dia Nacional de Lutas, pelas seis Centrais Sindicais (CTB, CUT, Força Sindical, CGT, CNST e CSB) que saíram às ruas para protestar contra as Medidas Provisórias 664 e 665.

As MPs foram anunciadas sem qualquer consulta ou discussão prévia com a representação sindical dos trabalhadores e representa redução dos direitos e dificultam o acesso dos trabalhadores a benefícios sociais como seguro-desemprego, abono salarial (PIS-PASEP), seguro-defeso, auxílio-reclusão, pensões e auxílio-doença.

Opiniões

“Ganhou um projeto popular, mas tem ‘tucano do bico roxo’ nos ministérios do Governo”, alertou Luciano Simplício, presidente da CTB Ceará, durante a manifestação. “Estamos aqui para dizer que essa crise econômica que estão criando não ficará nas costas dos trabalhadores. Taxem as grandes fortunas, não os trabalhadores que impulsionam a economia”, defendeu.

Marta Brandão, presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde no Estado do Ceará (Sindsaúde Ceará), lembrou que o governo Dilma teve apoio do movimento social, que acreditava que o novo governo seria positivo principalmente para a relação entre governo e trabalhadores. No entanto, não é isso que se vê agora. “As medidas provisórias são um retrocesso e os sindicalistas vão reagir. Essa atividade é pra sinalizar que não abriremos mãos dos nossos direitos. Nenhum direito a menos é nosso recado”, ratificou.

Já para Carlos Eduardo Bezerra, presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará, nos bancos o quadro de emprego é extremamente grave, pois foram eliminados em 2014, cinco mil postos de trabalho, apesar do lucro alto. “Nós percebemos claramente que a tentativa do governo não fica restrita apenas à retirada de direitos com as medidas provisórias que afetam o seguro desemprego, as licenças de saúde e fica mais ampla com a proposta de abertura do capital da Caixa, que representa um ataque às conquistas sociais dos trabalhadores deste País. Temos que combater qualquer governo, qualquer proposta que retire direitos dos trabalhadores”.

Os jornalistas do Ceará participaram dos protestos. Para marcar o Dia de Luta, os jornalistas vestiram as camisas da Campanha Salarial da categoria, que foram distribuídas nas principais redações de Fortaleza pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Ceará (Sindjorce).

Também participaram do ato a Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Fetamce), Sindicato dos Sapateiros, Sindicato dos Petroleiros do Ceará (Sindpetro CE/PI), SINTSEF/CE, Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviários do Estado do Ceará (SINTRO-CE), dentre outras entidades.

De Fortaleza,
Carolina Campos