Bahia

"Por mais direitos e empregos", trabalhadores protestam em Salvador

A Avenida Sete de Setembro, no Centro de Salvador, foi ocupada por trabalhadores de diferentes categorias, nesta quarta-feira (28), em protesto, principalmente, contra o endurecimento das regras de benefícios trabalhistas, como seguro-desemprego, pensão por morte, auxílio-doença, abono salarial, entre outros. O ato, que teve como mote "Por mais direitos e empregos", foi organizado pelas principais centrais sindicais com atuação na Bahia: CTB, UGT, CUT e Nova Central.

Publicado 28/01/2015 16:02 | Editado 04/03/2020 16:14

Parte do Dia Nacional de Lutas, a manifestação tem por objetivo solicitar a revogação das Medidas Provisórias (MPs) 664 e 665, editas e publicadas pelo governo federal, no fim do ano passado, que determinaram a alteração nos benefícios. Segundo o presidente estadual da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Aurino Pedreira, há também a intenção de sinalizar ao Congresso Nacional o posicionamento das centrais sobre as mudanças.

Apesar de ter força de lei, as MPs do Executivo precisam ser apreciadas pelos parlamentares, que são os únicos que podem decidir se o texto editado se tornará mesmo uma lei, em um prazo de 60 dias. Se não forem aprovadas pelo Congresso, as medidas perdem a eficácia. De acordo com Pedreira, a expectativa é de que as mobilizações, que acontecem no País inteiro, consigam derrubar as medidas por um dos dois meios.

“São decisões regressivas ao direito do trabalhador e atingem a base da pirâmide, atingem o trabalhador. Além disso, as medidas vão de encontro ao discurso da presidenta Dilma [Rousseff], quando ela era candidatada, de não mexer nos direitos trabalhistas, sem contar que elas tendem a travar o crescimento e a distribuição de renda no Brasil”, defendeu o presidente estadual da CTB.

Além dos sindicatos, também estiveram presentes dirigentes de partidos de esquerda, como o PCdoB, o vereador de Salvador Everaldo Augusto, do mesmo partido, e entidades do movimento social, como a União Brasileira de Mulheres (UBM), a União de Negros pela Igualdade (Unegro) e a Federação de Bairros de Salvador (FABS).

Novas atividades

Os representantes das centrais sindicais afirmaram, no ato, que pretendem realizar novas manifestações. Em Salvador, uma nova atividade deverá acontecer em pleno Carnaval da cidade, conhecido por ser uma das maiores festas de rua do mundo. No dia 26 de fevereiro, as entidades de todo o país vão organizar uma marcha nacional em São Paulo.

“As centrais sindicais demonstram com isso que o movimento sindical está ativo, vivo, forte, para defender os direitos dos trabalhadores”, explicou o presidente estadual da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Magno Lavigne. O presidente estadual da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Cedro Silva afirmou que as mobilizações precisam continuar para evitar que os trabalhadores percam um direito conquistado.

“Eu queria que a presidenta estivesse falando também da taxação das grandes fortunas, da taxação das grandes remessas de lucros para o exterior, mas não há nenhuma fala neste sentido. O ônus sempre cai no colo dos trabalhadores e são os trabalhadores mais humildes que acabam pagando por esse preço”, defendeu Cedro Silva.

Além da manutenção dos direitos dos trabalhadores, outras pautas também foram incorporadas ao protesto: o crescimento da taxa de juros e a abertura de capital da Caixa Econômica Federal.

Do Portal Vermelho
De Salvador, Erikson Walla