PCdoB defende o espaço LGBTT no carnaval de Jundiaí 

Em momentos de enfrentamentos conhecemos a real postura das lideranças políticas, pois são nas horas de sair da zona de conforto que a coragem que cada um porta se apresenta

lgbt

 O Governo de Pedro Bigardi vem quebrando paradigmas em Jundiaí e dando espaço para segmentos historicamente esquecidos. Foi assim com a criação das coordenadorias de juventude, idoso, deficientes físicos, mulheres e promoção da igualdade racial, além das inúmeras ações da Secretaria de Cultura, mas desta vez quero dar atenção para um fato específico.

Neste carnaval, a prefeitura tem apoiado a formação de uma Corte Gay para o carnaval de 2015 e, neste sentido, na última semana, o Secretário de Cultura, Tércio Marinho, o Diretor de Museus, Jean Camoleze e o vereador do PCdoB Rafael Purgato compuseram a comissão que ajudou a eleger a corte.

Até então, nada demais para um governo que foi eleito para incluir segmentos antes esquecidos e em 2014 promoveu a 1ª Semana da Diversidade e se compromete em abrir os espaços públicos e o carnaval, sendo uma festa popular, é um bom começo para 2015. Mas uma ação simples como esta proporcionou comentários truculentos vindos de um radialista já conhecido por sua postura conservadora.

Pois bem, Reinaldo Basili, em seu programa, afirmou entender a ação, pois “faz parte do deboche, da galhofa, do carnaval”, mas não aceitou o fato dos agentes públicos participarem da comissão, já que “estão usando o dinheiro público para criar uma estrutura paralela para aquilo que temos de verdade” e usou um artifício retórico sugerindo o absurdo hipotético de que “vão acabar colocando uma rainha e uma princesa gay para a Festa da Uva”.

Em seu perfil pessoal no facebook, o vereador Rafael Purgato se manifestou dizendo que seu mandato atua pela inclusão e defesa dos direitos LGBTT e definiu como uma fala de grande boçalidade do radialista. È importante dizer que Basili se antecipou dizendo que não se trata de homofobia ou qualquer tipo de preconceito.

Mas é nossa obrigação dizer que se trata da mais clássica homofobia, a mais tacanha, a enraizada no discurso politicamente correto e moral. Quando ele diz que faz parte do deboche do carnaval, zomba da orientação sexual fora da heteronormatividade e quando cita uma suposta estrutura paralela não reconhece a orientação LGBTT como um segmento da sociedade.

Assim, o cenário de desafios a serem enfrentados em Jundiaí se apresenta de maneira muito clara e que será exigida a coragem necessária para vencê-los, pois a corte é uma pequena ação perto das políticas públicas necessárias para a promoção do respeito pela diversidade sexual.