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Quadros articulados e conectados impulsionam a ação política do PCdoB

O ano de 2015 inicia-se apresentando grandes desafios para as forças democráticas, populares e de esquerda no nosso país. A presidenta Dilma na posse do seu 2º mandato reafirma seu compromisso de empreender mudanças e reformas democráticas na busca de construção de uma Nação soberana, progressista, desenvolvida e com inclusão social.

Por Carlos Augusto (Patinhas)*

Por outro lado, o sistema de oposição, açulado com a votação obtida na disputa presidencial, mantém postura agressiva contra a presidenta visando enfraquecê-la no início de seu governo. Teremos nesse mandato de Dilma uma luta renhida entre o avanço e o retrocesso. O Comitê Central em sua última reunião aprovou resolução onde afirma: “O PCdoB considera indispensável, tal como defende desde o seu 13º Congresso, agregar e por em ação todos os que têm afinidade e compromisso com as bandeiras de esquerda, seja partidos ou setores deles, os diversos movimentos sociais, as centrais sindicais dos trabalhadores, personalidades, intelectuais e artistas progressistas para respaldar e impulsionar o governo Dilma a realizar reformas estruturais democráticas de que o país necessita.”

Mais adiante afirma: “E assim o PCdoB reforçará sua identidade de esquerda, como integrante do governo, cada vez mais proativo, no diálogo, na participação, na ação política e de massas, na mobilização social e na luta de idéias, para disputar política e ideologicamente amplas camadas do povo e dos trabalhadores com suas marcas distintivas”,

Como se vê, estamos diante de tarefas complexas nos planos políticos, de mobilização democrática e popular, de reforço da estrutura e da identidade do Partido, que exigem a compreensão e a mobilização do conjunto partidário. Nesse sentido a Conferência Nacional a ser realizada em maio de 2015, para tratar da sucessão presidencial ganha novos contornos ao colocar na pauta o debate sobre atualizações e ajustes na linha política e na de construção partidária.

Quadros: peça fundamental

Faz pelo menos uma década que o tema política de quadros para o atual momento histórico vem sendo debatido no Partido. Ganhou consistência teórica, política e ideológica com a aprovação no 12º Congresso, 2009, do documento intitulado “Política de Quadros Comunistas para a Contemporaneidade”, situando-a no contexto de uma nova luta pelo socialismo existente hoje no mundo e da busca de implementação de um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento (NPND) no ciclo político iniciado por Lula. Busca a estruturação de uma coluna vertebral de quadros como organizadora e mobilizadora da militância e filiados nos diversos níveis de atuação de um Partido Comunista, que vive um processo crescente na sua influência política, na luta de ideias e no movimento social.

A partir do 8º Encontro sobre Questões de Partido em abril de 2014, iniciou-se um processo de reestruturação do Departamento Nacional de Quadros João Amazonas (DNQJA), de sua estruturação nos principais estados, bem como de departamentos nacionais nas frentes de juventude, sindical, mulheres, cultura, ciência e tecnologia, buscando a implementação de linhas de indução para a aplicação da política de quadros. Há um esforço no sentido de ir colocando a política de quadros como centro da estruturação partidária.

No entanto, avançamos muito pouco na concretização das diretivas que dão consequência às formulações dessa política. Temos algumas boas experiências, especialmente na juventude, mas temos um longo caminho a percorrer nas direções estaduais e em frentes como trabalhadores, mulheres e intelectualidade. 2015 é ano de Conferência Nacional e das conferências partidárias, sendo assim, momento oportuno para avançarmos nessa batalha de construir, no tempo atual, um partido comunista de quadros e de massas.

Um desafio imediato é identificar, conhecer, fazer a gestão dos quadros em consonância com o projeto de estruturação, fortalecimento e aumento da influência do PCdoB nos Estados e nos segmentos em que atuamos.

Vivemos na sociedade da tecnologia, da informação, das conexões, das redes de relacionamento social e precisamos nos apropriar desses instrumentais para, num país de dimensões continentais, realizarmos a gestão dos quadros partidários. Pesquisa realizada com os delegados ao 13º Congresso revelou que mais de 70% dos entrevistados acessam a internet e as redes sociais todos os dias, o que demonstra que nossos quadros estão conectados. Precisamos pôr em ação instrumentos que ofereçam às direções e aos quadros oportunidade para que se conectem através de uma rede partidária, que facilite e organize a gestão desses quadros nos diversos níveis.

Esse instrumento é a Rede Quadros reformulada e tecnologicamente atualizada, como foi dito no 8º Encontro, “é preciso desburocratizar nossa forma de olhar estes instrumentos, é preciso compreendê-los como base de uma rede capaz de possibilitar ao partido um salto tecnológico na forma de relacionar-se, tanto horizontalmente como verticalmente com o conjunto das direções, dos quadros, militantes e filiados e de estudar o perfil de seus efetivos.” Num mundo tecnológico, conectado por Facebooks, Twitters, Instagrams e Whatsaaps é imprescindível desenvolvermos mecanismos de aproximação e interação online também na vida militante partidária e a Rede Quadros é um passo nesse caminho.

O DNQJA apresenta aos Comitês Estaduais e Comitês Municipais a nova Rede Quadros que articulada com a Rede Vermelha, será decisivo instrumento de gestão dos quadros partidários. É importante que os secretários de organização e os responsáveis pelos departamentos de quadros se apropriem das possibilidades desta ferramenta e estabeleçam metas e prazos para sua implementação.

A Rede Quadros também vai oferecer acesso direto aos quadros cadastrados e eles próprios poderão fazer a gestão do seu perfil na Rede, o que possibilitará atualização em tempo real do status da vida partidária de cada um, dentre outras funcionalidades. Devemos saber utilizar e valorizar este instrumento.

2015 será um ano de lutas pela implementação de reformas democráticas estruturantes no nosso país, como também de fortalecimento do Partido Comunista do Brasil. Para isso, os quadros são peça fundamental.

* Carlos Augusto Patinhas é Coordenador do Departamento Nacional de Quadros