PCdoB-Pará tem vitória com a eleição de deputado estadual em chapa própria e se prepara para novos desafios e conquistas

Em um duro embate político, com forte polarização e reviravoltas, Dilma é reeleita Presidenta do Brasil. Venceu o povo brasileiro, […]

Em um duro embate político, com forte polarização e reviravoltas, Dilma é reeleita Presidenta do Brasil. Venceu o povo brasileiro, os movimentos sociais e as esquerdas. Dilma ganhou as eleições demarcando campo e sem fazer conceções, derrotando toda a direita unificada e as manipulações da grande mídia.

A emblemática quarta vitória do povo brasileiro só foi possível por que se construiu uma ampla aliança política e por que Dilma liderou a mobilização do povo, das ruas e dos movimentos sociais, através de uma agenda política à esquerda. Demarcou campo, fez a diferenciação entre projetos distintos para o país. Seja no primeiro turno, principalmente contra Marina ou no segundo contra Aécio.

Os compromissos assumidos por Dilma na eleição, e que levaram à vitória eleitoral, foram com o esforço em impulsionar as mudanças no Brasil, com a retomada do ciclo de desenvolvimento do país, com os/as trabalhadores/as, com o emprego e com a valorização do salário e da renda dos/as brasileiros/as.

O PCdoB foi parte fundamental desta batalha, se destacando como uma força construtora da vitória. O PCdoB apoiou e participou da campanha de Dilma nos 26 estados e no Distrito Federal, os/as candidatos/as do Partido levaram a campanha da reeleição da Presidenta. A militância dos movimentos sociais vinculados ao Partido esteve na linha de frente da disputa. O principal destaque do PCdoB nas eleições de 2014 foi a eleição, pela primeira vez em sua longa história, do governador do Maranhão Flavio Dino. O PCdoB também ampliou sua bancada nas Assembleias Legislativas, de 17 para 25 deputados/as estaduais, sendo 13 eleitos/as em chapas próprias. Mas nosso Partido colheu um revés nas eleições ao Congresso Nacional, reduzindo de 2 para 1 senadora e diminuindo a bancada de deputados/as federais de 15 para 10 parlamentares.

O quadro da correlação de forças que emerge das eleições nos coloca inúmeras tarefas e dificuldades. O Congresso Nacional eleito é amplamente conservador, colocando novos desafios para nosso campo. Junto com isso estamos vivendo uma escalada golpista da direita buscando desestabilizar o governo da Presidenta Dilma. Para o próximo período se destacam duas grandes tarefas: 1 – construir a governabilidade e recompor uma base de sustentação do governo, dentro e fora do Congresso Nacional e 2 – a retomada do desenvolvimento nacional e da confiança.

No Pará os tucanos mantém o Governo do Estado

A batalha no Pará foi extremamente polarizada desde o processo de construção das alianças e candidaturas e com forte grau de acirramento. A disputa se concentrou entre as candidaturas de Jatene e Helder, impedindo o aparecimento de um terceiro campo e de uma alternativa de esquerda. Helder teve a chance de encerrar as eleições no primeiro turno, em que venceu e que ficou faltando 4.025 votos para se tornar governador na primeira volta da disputa. O candidato dos tucanos, o governador Simão Jatene, foi reeleito em segundo turno, virando as eleições.

O PSDB fortalece sua hegemonia e ganhou mais quatro anos a frente do estado, Jatene passa a ser o governador com mais tempo de mandato através de eleições. A vitória alcançada pelos tucanos demonstra a força política do campo conservador no Pará, o papel da máquina pública na disputa foi determinante, seja a máquina estadual conjugada com as máquinas das principais prefeituras (destacadamente de Belém e Ananindeua).

Mesmo com o centro e a esquerda unidos os tucanos ganharam as eleições no Pará. Os erros na condução da campanha e as dificuldades políticas da frente nos levaram a não ganhar a eleição no primeiro turno, faltou mais envolvimento de todos os partidos e lideranças no efetivo comando de nossa coalisão. No cenário da batalha de 2014 o caminho mais apropriado foi unir o máximo de forças já no primeiro turno e a quantidade pequena de votos que nos faltou para ganhar a eleição no primeiro turno demonstra isso.

O PSDB elegeu o governador, 1 deputado federal e 6 deputados/as estaduais. Mesmo reduzindo suas bancadas no Senado, na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa mantém-se com força pela manutenção da chefia do Governo do Estado.

O PMDB elegeu 3 deputados/as federais e 8 deputados estaduais. Manteve suas bancadas e por 4.025 votos no primeiro turno não alcançou seu principal objetivo de eleger o Governador.

O PT elegeu o Senador, 2 deputados federais e 3 deputados estaduais. Reduziu suas bancadas na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa, mas alcançou seu objetivo principal de eleger Paulo Rocha ao Senado Federal.

O PSD elegeu 3 deputados federais e 3 deputados estaduais e se destaca como uma força ascendente. PTB, PR, PROS, DEM, SD e PSC elegeram cada 1 deputado/a federal e 2 deputados estaduais, sendo que o PSC elegeu também o Vice Governador. O PPS elege 1 deputado federal e 1 deputado estadual, mantendo suas bancadas. O PSOL elege 1 deputado federal, mas não elege deputado estadual, demonstrando a força da liderança de Edmilson. PSB elege 2 deputados estaduais, mantendo sua bancada. PEN, PRB, PPL, PDT e o PCdoB elege 1 deputado estadual cada, sendo que só nosso Partido em chapa própria.

O cenário que sai das eleições demonstra a necessidade de recompor o campo de esquerda, apresentando um projeto alternativo de desenvolvimento do estado, iniciando esta construção já nas eleições municipais de 2016. Esse projeto precisa valorizar a diversidade econômica, social, cultural e ambiental do Pará, desenvolver cadeias produtivas e fazer com que as nossas riquezas ajudem a melhorar a vida de nosso povo. Um projeto com forte visão democrática e que combata as desigualdades sociais e regionais, valorize o trabalho e os/as trabalhadores/as. Precisamos também intensificar o diálogo com os setores do centro e amplas camadas da sociedade paraense.

É uma necessidade intensificar o contato com o povo, com as camadas que melhoraram de vida e são alvos das políticas afirmativas do Governo Federal. Ao mesmo tempo é preciso ganhar para este projeto os/as trabalhadores/as e as camadas médias da sociedade, que também tiveram significativas melhoras em suas vidas com o advento dos governos Lula e Dilma.

Outro elemento importante é o papel de Belém, onde a esquerda governou por oito anos e desde 2004, com exceção da eleição de 2006, perdemos todas as eleições disputadas. Precisamos também dar atenção às cidades com mais de 100 mil habitantes, em especial Ananindeua, Santarém, Marabá, Castanhal e Parauapebas.

Neste cenário o PCdoB continuará se mantendo na oposição ao governo do tucanato paraense. Esta oposição precisa ser construída fortalecendo e recompondo um campo de esquerda, com diálogo com amplas forças políticas, sociais e econômicas. Este campo de esquerda deve desenvolver amplo e frutífero diálogo com o centro. Precisamos também de uma base social para esta oposição, articulando os movimentos sociais, sindicais, populares, da juventude, das mulheres e de diversos segmentos. Ao mesmo tempo deve intensificar o debate de ideias na sociedade paraense, com diálogo amplo e defendendo causas renovadoras, de solidariedade e respeito às diferenças.

Portanto, no Pará, devemos buscar construir um projeto de desenvolvimento alternativo, que valorize a diversidade do Estado, alavanque as diversas cadeias produtivas, integre o estado, reduza as desigualdades sociais e regionais, com ampla democracia e participação popular e que valorize o trabalho. Para isso é necessário uma ação integrada dos órgãos do governo federal no solo paraense, com um olhar para o estado e a região amazônica.

Vitória do Projeto Eleitoral do PCdoB no Pará

A eleição, em chapa própria do PCdoB, do camarada Lélio Costa a de deputado estadual foi uma grande vitória política do projeto eleitoral do Partido. Depois de oito anos sem representação na Assembleia Legislativa nosso Partido volta a ter deputado estadual. E nosso retorno se deu somente com os votos do Partido. A composição da ALEPA que vai tomar posse no dia 1º de fevereiro terá 18 partidos, sendo que só 5 elegeram sem coligação, o PCdoB é um desses cinco.

Parte fundamental de nossa vitória foi a acertada política de chapa própria, o envolvimento de um conjunto de lideranças como nossos/as candidatos/as, construindo uma chapa ampla e diversificada. Tiveram destaque também nossas candidatas mulheres que desempenharam com valor o papel de representar nosso Partido, superando inúmeras dificuldades.

A construção de nossa chapa foi uma dura batalha empreendida pelo coletivo partidário com muitas dificuldades. A estratégia de chapa própria se demonstrou a mais justa para a batalha de 2014, se o Partido tivesse feito qualquer coligação possível não elegeríamos deputado.

No nosso projeto de eleição de deputado federal não conseguimos ampliar nossa votação. A redução de nossa votação para Câmara Federal foi principalmente em Belém. Alcançamos a 4ª suplência na nossa coligação que elegeu 3 deputados. Nosso insuficiente desempenho para deputado federal tem razões na onda conservadora que fez eleger o Congresso mais atrasado dos últimos tempos, na dificuldade e ausência da construção das condições para a eleição de federal, mas também por que precisamos fazer todos os investimentos possíveis na eleição à ALEPA.

Nossa campanha foi realizada com condições financeiras muito desfavoráveis e com envolvimento de nossa militância principalmente nos municípios onde tivemos candidatos/as. A direção do Partido teve funcionamento razoável na batalha, realizamos duas reuniões da Comissão Política Estadual durante o primeiro turno. Durante a campanha a condução da batalha foi dirigida por um comando de nossa campanha, coordenado pela Secretaria de Organização. Demonstrou-se também que onde há maior presença do Partido, mais quadros envolvidos na batalha, alcançamos resultados importantes. Como demonstra os nossos resultados em Breves e Ipixuna do Pará em especial.

Desafios do PCdoB para os próximos anos

O balanço que fazemos deve fundamentalmente nos armar para o futuro e nos preparar para novos e maiores desafios. Devemos observar nossa construção como um processo de acumulação de forças e numa situação de um Partido que tem colhidos vitórias políticas e acumulado força.

Para isto é necessário reforçar a identidade própria e o lugar político do PCdoB no Pará. Como um Partido que busca e se propõe a ser uma organização política de esquerda, com compromissos com um projeto de transformação radical da sociedade brasileira, com vínculos com os/as trabalhadores/as e com ideias renovadoras e de combate a todo tipo de discriminação e preconceito.

Um Partido que se propõe a ser um aglutinador de lideranças políticas e do movimento social que desejam fortalecer um espaço coletivo de construção de um projeto alternativo no Pará. Uma organização que busca dialogar com amplos setores políticos, sociais e econômicos, que se relaciona sem sectarismos. Mas uma organização que não abre mão de defender os/as trabalhadores/as e o povo.

Um Partido com presença nos diversos movimentos sociais e populares, que valoriza o papel dos/as trabalhadores/as no seu projeto político, que incentiva uma maior participação política das mulheres e dos jovens. Um Partido que não abre mão da luta de ideias em defesa de um projeto renovador.

Um Partido que participa do Governo Federal e que dar sustentação ao novo ciclo iniciado com a vitória de Lula em 2002 e que alcançou a quarta vitória com a reeleição da presidenta Dilma. Um Partido que disputa e participa dos espaços legislativos, com presença nos parlamentos estadual e municipais, que almeja e constrói seu retorno para o parlamento federal. Um Partido que ajuda a governar e governa municípios e que busca governar mais cidades e se prepara para disputar o poder central do Estado.

Um Partido que transforme nossos mandatos de prefeitura municipal, de deputado estadual e de nossos vereadores em exemplo de atuação parlamentar, com apresentação de projetos que reflita os interesses dos trabalhadores e da sociedade, com organização e estrutura dos gabinetes a partir de quadros preparados e compromissados com os princípios do Partido, sob acompanhamento das direções partidárias.

Um Partido que busca ser mais organizado e estruturado, com direções fortes e com amplo funcionamento democrático. Com uma rede de quadros preparados e com fortes compromissos com o projeto socialista, mas com uma ampla militância organizada desde as bases.

No processo de construção desta identidade e força partidária queremos ser um Partido capaz de disputar com mais forças os espaços centrais de poder do Estado. Neste caminho devemos colocar no nosso horizonte de objetivos construir condições de eleger deputado/a federal e de ampliar nossa presença na ALEPA em 2018. Para isso algumas tarefas precisam desde já ser enfrentadas pelo PCdoB no Pará:

1. Manter nossa presença à frente da SPU Pará, com a composição de uma equipe com condições políticas e técnicas, tendo como referência principal contribuir nas ações de governo para impulsionar o um novo ciclo de desenvolvimento do país e da região, garantindo direitos do povo e dos/as trabalhadores/as. Nossa presença deve representar a amplitude e o projeto coletivo de nosso Partido;

2. Construir e fortalecer nosso mandato de deputado estadual, para que ele represente a política do Partido, a defesa dos interesses do povo do Pará, um projeto alternativo de desenvolvimento e que possa manter intenso diálogo com a base eleitoral de nosso deputado;

3. Eleger Prefeitos/as do PCdoB em 2016, lançando um conjunto de candidatos/as e preparando um plano com hierarquia, prioridades e investimentos materiais e políticos;

4. No mínimo dobrar nossa bancada de vereadores/as, mantendo nossas bancadas atuais, ampliando onde possível e elegendo em mais cidades, com olhar especial para os maiores municípios do estado. Perseguir a meta de 65 vereadores/as eleitos/as em 2016;

5. Ampliar nossa presença nos movimentos sociais, dando destaque para nossa presença entre os/as trabalhadores/as, a juventude, as mulheres e os movimentos de luta pelo direito de morar e pela reforma urbana;

6. Intensificar nossa presença na luta de ideias, na defesa de um projeto alternativo de desenvolvimento para estado, vinculado ao projeto nacional de desenvolvimento e integrado a região amazônica;

7. Manter e ampliar o esforço de abertura do Partido, nos transformando em um polo de atração de lideranças políticas e do movimento social. Realizar ampla campanha de filiação e incorporação de novas lideranças no PCdoB;

8. Estruturar e organizar mais o PCdoB, fortalecendo e melhorando o funcionamento de suas direções, com visão planejada e em torno de projetos coletivos, construindo uma rede de quadros e extensa militância organizada desde as bases. Para isso tem importância os Fóruns Regionais e o fortalecimento dos Comitês Municipais.

Comitê Estadual do Partido Comunista do Brasil – Pará
Belém, 13 de dezembro de 2014