Reforma política, regulação da mídia e pré-sal são os eixos do Fórum21

Com a participação de intelectuais, lideranças sociais e políticas, aconteceu nesta segunda-feira (15) a abertura do Fórum21, no auditório do Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo. Sob o tema “Ideias para o avanço social”, o evento faz uma análise da conjuntura política e social e apontou os desafios das forças progressistas brasileiras para aprofundar as conquistas e evitar o retrocesso.

Forum21 15122014 - Portal Vermelho

Na abertura, Joaquim Palhares, diretor da revista Carta Maior, organizadora do evento, ressaltou os principais eixos que irão nortear essa luta: reforma política, regulação da mídia e defesa do pré-sal.

Ele destaca que a “esquerda tem densidade para assumir esse processo”, no entanto, por divergências políticas, se organiza como um “arquipélago de ilhas que não se falam”. O objetivo é fazer com que essas forças se interliguem e se integrem em torno desses eixos.

Palhares enfatizou que a direita preconiza a restauração da cartilha neoliberal, reduzindo o papel do Estado para dar mais espaço ao mercado e alertou: “A vitória de outubro ainda não se definiu como uma resposta a essa agenda. Dar voz à sociedade e unificar a esquerda é o caminho, pois separados seremos liquidados”, salientou.

Eleições

A professora da Unicamp, Walquiria Domingues Leão Rego, lembrou que o processo da campanha eleitoral foi agressivo e com um linguagem baseada em insultos por parte do candidato representante da direita, que contou com amplo apoio da grande mídia, principalmente dos colunistas. Ela também citou a declaração feita pelo candidato presidenciável derrotado Aécio Neves, que em entrevista a um programa na TV Globo, em que afirma que perdeu a eleição não para um partido, mas “para um organização criminosa”, que classificou como um claro e sistemático desrespeito ao Estado de Direito Democrático.

“A linguagem, mais uma vez, é a do insulto, debocha-se dos eleitores. O sotaque é o descompromisso com as regras da política democrática. Sem nenhum pejo, o candidato assegura que não perdeu a eleição para um partido, ou um projeto, mas, sim, para uma associação criminosa! Portanto, não houve derrota legítima. E se não houve, a vitória foi usurpada!”, destacou Walquíria citando um artigo dela publicado na Carta Maior.

A mesa de debate contou com a participação do secretário de Cultura da cidade de São Paulo, Juca Ferreira. Ele destacou a tentativa da oposição, apoiada pela mídia, de tentar deslegitimar o resultado das eleições. Mas ressaltou que as forças progressistas devem renovar suas ideias e suas propostas programáticas.

“É preciso recompor num sentido amplo quais são as tarefas, reconhecer os erros do partido, dos operadores da política. É preciso recompor os nossos projetos de forma profunda”, pontuou.

Ao final do evento, a plenária definirá uma a Carta de Princípios do Fórum21. Dentre as propostas está a realização de um grande ato público em Brasília reunindo todas as forças progressistas, previsto para fevereiro de 2015. Outra proposta é promover pelo menos um seminário por mês para debater temas de interesse nacional, principalmente nas universidades.

Da redação do Portal Vermelho, Dayane Santos