Banco do Sul funcionará antes do fim de 2014, afirma Nicolás Maduro

O Banco do Sul estará com sua direção e capital em pleno funcionamento até o final deste ano, afirmou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em entrevista concedida à Telesur no último sábado (6), logo após o retorno do mandatário do Equador, onde participou da Cúpula Extraordinária da Unasul, que ocorreu entre 3 e 5 deste mês.

Nicolás Maduro - EFE

O mandatário garantiu que também entrará em vigor o Fundo de Reservas e Proteção Financeira da América do Sul – iniciativa que tem como objetivo reforçar o existente Fundo Latino-Americano de Reservas (Flar) a fim de garantir a assistência financeira para a região. De acordo com ele, se essa estrutura já estivesse em funcionamento, “teríamos respaldo financeiro para emitir e buscar recurso para cobrir o déficit que se cria com a baixa do petróleo ou outras commodities que afetam nossa economia”. Ele ressaltou ainda que a baixa no preço faz com que "tenhamos mais consciência da importância que essa união representa no desenvolvimento do comércio sul-americano”.

Com relação à integração sul-americana, Maduro afirmou, durante a entrevista de 1h18 concedida à presidente da TeleSUR, Patrícia Villegas, que a “elite que dirige o poder nos Estados Unidos faz de tudo para que a Unasul [União das Nações Sul-Americanas] e a Celac [Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos] não avancem, se estanquem, se dividam”.

Ao contrário do que alguns analistas afirmam, Maduro considera que a força política progressista na América Latina não está debilitada. Prova disso teriam sido os resultados eleitorais em Colômbia, Uruguai, Brasil e Bolívia. “Nesses quatro processos, as forças que se opuseram a esses presidentes, todos tentaram debilitar o Mercosul e a Unasul."

Política interna

Com relação à política interna venezuelana, Maduro negou que a opositora Maria Corina Machado esteja sendo perseguida no país. A ex-deputada foi acusada pelo Ministério Público de supostamente planejar o assassinato do presidente. Na última semana, após prestar depoimento, ela declarou que a indiciaram pelo delito conspiração. "Todas as acusações e supostas provas são totalmente falsas e eu as rejeito", disse Corina.

“O que a persegue é sua consciência. É fruto da mesma direita que, quando foi ao poder, perseguiu as pessoas, se sentiu acima das leis e atuou com impunidade: perseguiram, torturaram, mataram as pessoas”, disse o mandatário.

Maduro, no entanto, ressaltou que seguirá na batalha contra a chamada “guerra econômica” no país. “Na América do Sul inteira há dificuldades. As dificuldades venezuelanas são produto de um plano de guerra para gerar irritação social. Uma batalha tremenda para proteger socialmente o povo e o direito ao trabalho frente a uma inflação induzida e abusiva”.

E chamou de “bloqueio econômico” a classificação dada por agências de risco, que consideram o risco país elevado, o que faz com que o custo de um empréstimo para o país seja “praticamente impagável”.

De acordo com ele, a situação é injustificada: “não corresponde às lógicas financeiras econômicas, uma vez que o país tem um PIB sólido, conta com a maior reserva de petróleo certificada do mundo e está solvente com a dívida externa”, concluiu.

Fonte: Opera Mundi